Anais do Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva
Anais do 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva

Apresentação/Introdução
O modo de lidar com o portador de sofrimento mental na Estratégia Saúde da Família ocorre ainda de modo bastante incipiente. Nesse sentido, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família se mostram como equipe matriciadora de importante papel no desenvolvimento e suporte de ações multidisciplinares que permitam maior acolhimento desta demanda no território.


Objetivos
O objetivo desta pesquisa foi analisar as ações em saúde mental realizadas por equipes de Núcleo de Apoio à Saúde da Família na Atenção Primária.


Metodologia
Pesquisa foi realizada no Município de Juazeiro do Norte, no estado do Ceará, Brasil, junto aos profissionais de seis equipes de NASF, consistindo em quatro psicólogos, uma assistente social, dois educadores físicos e quatro fisioterapeutas, perfazendo onze participantes. O método empregado para obtenção do material empírico foi a entrevista semiestruturada. Após a transcrição do conteúdo das entrevistas, adotou-se a sequencia de passos de análise de conteúdo preconizado por Bardin. As categorias foram pré-definidas e as subcategorias foram identificadas durante a análise do conteúdo, e suas representações dar-se-ão sob a forma de discurso dos sujeitos.


Resultados
Percebe-se que há muitas falhas relacionadas ao trabalho dessas do NASF, principalmente no que se refere ao trabalho interdisciplinar, uma vez que foi identificado um predomínio de ações clínicas individuais e encaminhamentos, reforçando o modelo tradicional biologicista e hierárquico que leva a uma assistência fragmentada. Em compensação, notou-se o interesse de alguns profissionais em trabalhar na perspectiva da clínica ampliada e do apoio matricial, desenvolvendo ações conjuntas com outros profissionais, tanto no âmbito assistencial como técnico- pedagógico, como por exemplo, o trabalho com grupos.


Conclusões/Considerações
O presente estudo também visa contribuir, com os seus achados, para uma melhor estruturação da rede de atenção do município, em especial os componentes da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), visando fortalecer os princípios do Sistema Único de Saúde e da Reforma Psiquiátrica, para que possam atuar de maneira mais efetiva na gerencia das demandas em saúde mental.