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Apresentação/Introdução
A obesidade é um problema de saúde pública mundial, acometendo de forma distinta populações de maior e de menor renda. A relação renda-obesidade tende a ser positiva nos países em desenvolvimento e negativa nos desenvolvidos. Desigualdades socioeconômicas têm sido associadas ao comportamento alimentar e a realização e/ou o tipo do café da manha (CM), que tem sido associado ao excesso de peso.
Objetivos
Verificar a relação entre população em situação de pobreza e do tipo de CM com o excesso de peso (EP), considerando as diferentes regiões geográficas do Brasil.
Metodologia
Amostra de 21.003 adultos (20 a 59 anos) do Inquérito Nacional de Alimentação 2008/09. Indivíduos foram classificados com EP (índice de massa corporal> 25 kg/m2) e aqueles com renda domiciliar equalizada abaixo de 60% da mediana regional foram classificados como pobres. O CM foi definido como o episódio de maior consumo entre 5 e 10 AM. Padrões de CM foram extraídos por análise fatorial a partir do consumo usual de 18 grupos alimentares. Modelos de regressão logística, considerando a estratificação por região e a expansão amostral, foram usados para verificar a associação da pobreza, da realização do CM e seus padrões com o EP, ajustando por sexo, idade e consumo energético diário usual.
Resultados
O Nordeste (NE) destaca-se com 12,9% de pobres, Sul (S) e Sudeste (SE) com 53,2% e 50,6% de EP, respectivamente. Realizar o CM não se associou ao EP. A pobreza apresentou razão de chances (RC) 1,4 para EP, sendo 2,1 e 1,7 para as regiões N e NE, respectivamente. Para aqueles que realizam usualmente o CM, os padrões dessa refeição foram similares entre pobres e não pobres. Foram observados três padrões de café da manhã (48% de variabilidade): Nordestino; Ocidental e Sudeste. A RC para EP do padrão nordestino foi 1,2, 1,6 e 1,4 para Brasil, N e NE. Para o padrão ocidental 0,8 e 0,9 para N e NE. Para o padrão sudeste 0,9, 0,8 e 0,8 para Brasil, Nordeste e Centro Oeste, respectivamente.
Conclusões/Considerações
A prevalência de excesso de peso no Brasil é alta e associou-se com situação econômica mais favorável. A realização do café da manhã não apresentou associação com excesso de peso. Entretanto, um café da manhã no estilo nordestino pode estar contribuindo para as elevadas prevalências de excesso de peso observadas no país. Estes resultados alertam para possível influência da qualidade do café da manhã no excesso de peso.
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