Anais do Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva
Anais do 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva

Apresentação/Introdução
Brasil, Rússia, India, China e África do Sul (BRICS) compõe um grupo heterogêneo de economias emergentes em intenso crescimento e potencial atrativo de investidores e gerador de lucros. Estudos no Brasil e na Índia identificaram que o número de escolas privadas de medicina supera o de escolas públicas, O que vem mudando as características da formação médica nesses paises.


Objetivos
Analisar o processo de expansão das Instituições de Ensino Superior Privadas (IESP) de medicina no Brasil e na Índia, seus impactos e consequências para o planejamento dos Recursos Humanos em Saúde (RHS)


Metodologia
Este estudo compreendeu revisão de literatura e analise documental. A revisão da literatura nos idiomas português, inglês ou espanhol, teve como base os seguintes descritores: medical school, private, medical education, India e Brazil. O período para a seleção dos artigos foi de 2000 a 2017. A pesquisa documental foi feita em base de dados oficiais como Ministério da Educação e Ministério da Saúde de ambos países, India Medical Council, entre outros.


Resultados
A produção científica (n=21) sobre a privatização da educação médica em ambos países trouxe poucas evidências, a maioria empiricas encontradas na literatura cinza.
Na Índia, o número de escolas privadas cresceu mais do que 300% na década de 90, comparadas às instituições públicas. O país possui 466 escolas médicas com 64.670 vagas. Destas 248 são privadas (34.415 vagas). O Brasil possui 273 IESP com ferta de cursos de medicina (28.106 vagas), 163 destas são privadas (18.860 vagas). A tendência do fenômeno é de crescimento em ambos países. Contudo, a distruição é desigual e concentrada em regiões de maior economia. No Brasil, são as Regiões Sul e Sudeste. Já na India, o Centro-Sul.



Conclusões/Considerações
Apesar de a Índia ser o país com o maior número de escolas médicas no mundo, o Brasil apresenta cerca de 5 vezes mais vagas em IESP por 100.000 hab. A distribuição desigual das IESP e a sua concentração em regiões urbanas de maior PIB denota características importantes desse processo de expansão. O seguimento dessa análise pretende contribuir com as políticas e o planejamento dos RHS, setor cruscial na busca da cobertura universal de saúde.