A POTÊNCIA DO ENCONTRO CLÍNICO: CONTRIBUIÇÕES DO GRUPO BALINT PARA A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE

Vol 1, 2018 - 103081
Oral
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Resumo

Apresentação/Introdução
Esta pesquisa se situa no território existencial do encontro clínico e no campo dinâmico dos fenômenos que o circundam. O Grupo Balint é um grupo de reflexão que objetiva compartilhar as dificuldades intrínsecas à atividade clínica e assistencial, em especial questões complexas que emergem da interação entre profissionais e pacientes.


Objetivos
Tem como objetivo analisar de que modo a experiência com o Grupo Balint contribui para um debate acerca do encontro clínico, da relação médico-paciente e dos limites da Biomedicina, buscando ampliar as formas de cuidar e se relacionar com o paciente.


Metodologia
Este estudo compõe uma pesquisa-ação, de abordagem qualitativa, de caráter exploratório, que utilizou como ferramenta metodológica o Grupo Balint e como instrumentos de coleta de dados a Observação Participante e os Grupos Focais, realizados com profissionais de saúde da APS, componentes do núcleo BRAlint, que praticam o Grupo Balint no município do Rio de Janeiro-RJ desde 2014. Partindo dos conceitos das tecnologias leves do cuidado e de uma leitura Balintiana buscou-se avançar pela produção de subjetividades, ouvindo as vozes presentes e compreendendo o que se passa na relação entre o profissional de saúde e o paciente.


Resultados
A potência do encontro revelou-se a questão mais central em todos os grupos, assim como as transferências e o fluxo de emoções na consulta; o trabalho em equipe; a importância da corresponsabilização com o usuário; a formação médica e o ensino da certeza; o excesso de demandas na APS; a solidão do profissional de saúde; a importância do silêncio e da escuta terapêutica; a crise relacional e uma profunda discussão acerca do Grupo Balint como ferramenta de insight aos profissionais. Reconhecemos o método Balint como potente instrumento para fazer emergir questões associadas às tecnologias relacionais.



Conclusões/Considerações

O grupo insere-se numa perspectiva em que os profissionais trocam com seus pares dinâmicas e situações conflitantes oriundas do cotidiano; estabelecem caminhos e reencenam possibilidades relacionais; entram em contato com seus mecanismos de defesa e com suas reações emocionais, ao passo que viabilizam uma zona de colaboração genuína, com a criação de lugares de discussão não existentes nos espaços institucionalizados da prática, a fim de ousar novos modos de agir.

Instituições
  • 1 Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • 2 UFRJ
Eixo Temático
  • Educação e Formação em Saúde