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Apresentação/Introdução
Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, a cada 20 horas uma pessoa LGBT foi assassinada, totalizando 445 pessoas, sendo 43% pessoas trans. Estudos têm trazido à tona aspectos psicossociais da homofobia, relações entre transfobia e intolerância religiosa, suicídio entre LGBT e políticas públicas de segurança contra essas violências, porém poucos artigos relacionam coping e violência contra LGBT.
Objetivos
Identificar e analisar os tipos de violências e as estratégias de enfrentamento (coping) desenvolvidas pela comunidade universitária de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
Metodologia
Pesquisa qualitativa descritiva interpretativa. Foram entrevistadas, através de roteiro semiestruturado, nove pessoas de diferentes orientações sexuais e identidades de gênero, escolhidas por amostragem “bola de neve”. As entrevistas foram analisadas sob a perspectiva da Análise do Discurso Crítica e a Teoria Social do Discurso. Para auxiliar na análise textual, foi utilizado o software brasileiro Kitconc versão 4.0. Após a primeira entrevista, voltou-se às pessoas entrevistadas para compartilhar com elas as interpretações e, a partir do novo encontro, construir novas interpretações com elas e não sobre elas.
Resultados
As violências são experenciadas de forma múltipla, modificando-se de acordo com a percepção social sobre a vítima (negra, trans, metropolitana, etc.). Culpabilização das vítimas, ocultamento do preconceito na motivação e a naturalização da cena violenta são frequentes entre entrevistadas(os). O coping para as cenas violentas contra pessoas LGBT é fortemente baseado na amizade. Família aparece de modo ambíguo: ora é o agente violento, ora é o espaço saudável. A ausência de apoio externo e a dificuldade de lidar internamente com a violência também foi uma forma de enfrentar a violência. Movimentos sociais aparecem como um coping coletivo.
Conclusões/Considerações
As narrativas apontam um modo de vida vigilante, seja de conformação ou transformação. A primeira busca reiterar a norma cis-heteronormativa, ao passo que a segunda reafirmar-se como legítima e legitimadora. As políticas públicas de seguranças avançaram, mas ainda não é suficiente diante do contexto. A violência aparece socialmente, porém individualiza e é individualizada.
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