Interação Surdo-Ouvinte: A Construção da Subjetividade e da Identidade Surda em Ambientes não Bilíngues

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Detalhes
  • Tipo de apresentação: Simpósio Temático
  • Eixo temático: ST62 - OS PROCESSOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO DE SURDOS: ESTUDOS SOBRE LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA COLABORATIVA
  • Palavras chaves: Educação Bilíngue; Língua de Sinais; Teoria histórico-cultural; Pesquisa Crítica de Colaboração; Identidade;
  • 1 Universidade Federal de São Paulo

Interação Surdo-Ouvinte: A Construção da Subjetividade e da Identidade Surda em Ambientes não Bilíngues

Mirlene de Oliveira Marinho In Memoriam

Universidade Federal de São Paulo

Resumo

Para todos verem: No canto direito do vídeo estão a apresentadora representante e o tradutor intérprete de Libras. A apresentadora representante do trabalho, Valéria, é branca, olhos castanhos e de cabelos cacheados e castanhos na altura dos ombros. Está de cabelo solto e veste uma blusa branca com xadrez em rosa e preto. O tradutor intérprete de Libras, Marcel, é branco, careca, de barba curta e levemente grisalha. Usa óculos de armação escura e veste uma camiseta preta. Os slides da apresentação são de fundo branco com a margem decorada (ora com pontinhos azuis, ora com risquinhos rosas). Valéria expõe em sua fala a maior parte do conteúdo escrito nos slides apresentados no decorrer do vídeo. Descrição da autora do trabalho: Mirlene era negra, cabelos compridos, lisos e de coloração castanho avermelhado, olhos castanhos.

RESUMO:

Este trabalho tem como pressuposto a teoria histórico-cultural, especialmente as ideias vygotskyanas sobre ensino-aprendizagem de língua e sua relação com o desenvolvimento da identidade e da subjetividade humana nas relações do sujeito com o ambiente e com o outro. Além disso, leva em conta que muitos surdos convivem diariamente nas escolas regulares e em ambientes não bilíngues, com outros sujeitos ouvintes sem a presença do intérprete e sem que a língua de sinais seja utilizada como primeira língua. O objetivo geral dessa pesquisa é compreender como o surdo, através das interações em ambientes ouvintes, constrói sua identidade e subjetividade, bem como investigar de que forma essa construção acontece. Participaram dessa pesquisa quatro surdos adultos com vivências em escolas públicas não bilíngues, intérprete de Libras e pesquisadora-participante. Baseado nesse contexto, a partir do objetivo geral, pretendeu-se, por meio da Metodologia Crítica de Colaboração: a) contribuir para a compreensão de como alunos surdos avaliam suas convivências e aprendizados em ambientes não bilíngues; b) derivar indicações propositivas para que se propicie uma formação pessoal que considere as semelhanças e diferenças, fundamentais para a construção da significação de si e para a elaboração de noções relativas à identidade e à alteridade. Nesse sentido, buscou-se criar contextos colaborativos onde os participantes pudessem, por meio da linguagem, refletir criticamente sobre as crenças, as representações e os sentidos construídos sobre a constituição da subjetividade e identidade, baseadas nas experiências em ambientes não bilíngues. Os dados foram produzidos através de questionários, gravações das conversas, entrevistas e sessões reflexivas. A pesquisa foi realizada na AÇÃO - Associação da Pessoa com Deficiência, no município de Registro/SP, local onde surdos e ouvintes se encontram para discutir assuntos de interesse da comunidade surda e ouvinte. Dessa forma, o trabalho buscou a transformação de todos os participantes da pesquisa, incluindo a pesquisadora-participante. Os resultados revelam que os sentidos atribuídos pelos participantes que não tiveram acesso à língua de sinais e ao convívio com outros surdos, desde a infância, constroem uma imagem negativa sobre a surdez e sobre si. As formas de pensar a surdez, a língua de sinais e a constituição da subjetividade e identidade surda foram repensadas, criando possibilidades de ressignificação e novas formas de compreender a si e a surdez.

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