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VIOLÊNCIAS ENCENADAS: EFEITOS DO DISCURSO FOTOGRÁFICO NO INSTAGRAM
Victória Bernardino Coelho
Universidade Estadual de Campinas
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O sujeito com deficiência significado no espaço da cidade na/pela TVGreciely Cristina Costa
Olá, Victória, te agradeço pela exposição e trabalho! É sempre um grande esforço falar de uma pesquisa em pouco tempo, não é mesmo, pensando nisso, gostaria que você comentasse um pouquinho aqui sobre o que caracteriza a encenação na relação com a memória discursiva, pois, em sua dissertação, você explora este aspecto, sendo ele decisivo para a compreensão das violências encenadas.
Obrigada!
Cristiane Pereira Costa Dias
Victória, obrigada por compartilhar com a gente a tua pesquisa. E parabéns pelo percurso que você fez até aqui! Vou deixar algumas questões para que você continue refletindo sobre as questões em torno do feminicídio e o digital! Aí vão elas.
Pensando na relação do feminicídio com a estatística, os dados podem significar “é mais uma”, produzindo apenas uma “quantidade”, sem singularidade. Quem é essa mulher? Como fazer significar a singularidade?
Fazendo a relação entre os “dados” estatísticos e os dados digitais que significam, hoje, a todos nós, e também pensando no modo de circulação dos discursos pelas redes sociais, já que as postagens são dados, as curtidas são dados, os compartilhamentos são dados, os comentários são dados, e dados capitalizados, como você pensaria a formulação: “é mais uma”? Você acha que as postagens relativas aos três blocos de imagens que você elegeu, circulam como dados ou como fatos?
Será que poderíamos considerar os dados um discurso da ausência? Ou seja, a homogeneização/diluição do sujeito singular, pelos dados, em série, não diria de uma ausência, de um real: o impossível?
Victória Bernardino Coelho
Oi, Greciely! Agradeço sua contribuição. Sua questão é muito importante, pois me dá possibilidade de trazer mais da teoria, mas como fiz em toda minha dissertação vou respondê-la na terceira pessoa do plural.
Em primeiro lugar temos compreendido e apreendido a memória discursiva amparada no que Pêcheux (1999)considera sobre a mesma.Segundo o autor,a memória discursiva é também heterogênea e um lugar de embates, nesse lugar também vamos compreender a encenação, na qual diferentes sentidos marcam o modo como ela vai sendo construída. Nesse movimento, há produção de significação, em que os efeitos de sentidos vão ser constituídos na/pela relação com o interdiscurso, a memória discursiva em condições de produção específicas.Quando tratamos dessa relação: memória discursiva e encenação, tratamos de reprodução de sentidos. Um ponto que merece destaque e materializa essa relação é pelo já-dito que se instala na imagem do olho roxo, uma marca das imagens encenadas. Esse traço que se repete em uma parcela significativa de imagens é posto como uma espécie de lembrete da memória discursiva. Compreendemos desse modo que a encenação materializada nessas imagens que destacam a marca do olho roxo atualiza/aciona diferentes regiões da memória discursiva para então produzir um discurso sobre feminicídio. É importante também reforçar que esse movimento aciona essa essa memória sobre violência de distintas formas.
Victória Bernardino Coelho
Eu confundi as respostas e foi errada, mas não consegui apagar rs, então segue a certa..
Cristiane, muito obrigada pela sua contribuição! Confesso que reli sua formulação muitas vezes e continuo pensando rsrs Alguns dos seus apontamos, eu realmente preciso de mais tempo para refletir sobre. Em relação a dado e fato, eu penso que há um movimento que resiste quando deslocamos esses dados para fatos. E pensar nesse discurso da ausência considerando os dados é muito interessante, pois, esses dados nessa perspectiva de “é mais uma” impõe uma lacuna. São muitos dados, muitas mulheres, mais uma mulher, mais um dado. De fato não havia chegado nesse ponto de pensar esse movimento que homogeneíza/dilui o sujeito em dados. Pensar essa questão por essa ordem do impossível é para mim um outro ponto de partida, que por enquanto vou seguir pensando sobre e tentando formular.
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Victória Bernardino Coelho
Oi, Greciely! Agradeço sua contribuição. Sua questão é muito importante, pois me dá possibilidade de trazer mais da teoria, mas como fiz em toda minha dissertação vou respondê-la na terceira pessoa do plural. Em primeiro lugar temos compreendido e apreendido a memória discursiva amparada no que Pêcheux (1999)considera sobre a mesma.Segundo o autor,a memória discursiva é também heterogênea e um lugar de embates, nesse lugar também vamos compreender a encenação, na qual diferentes sentidos marcam o modo como ela vai sendo construída. Nesse movimento, há produção de significação, em que os efeitos de sentidos vão ser constituídos na/pela relação com o interdiscurso, a memória discursiva em condições de produção específicas.Quando tratamos dessa relação: memória discursiva e encenação, tratamos de reprodução de sentidos. Um ponto que merece destaque e materializa essa relação é pelo já-dito que se instala na imagem do olho roxo, uma marca das imagens encenadas. Esse traço que se repete em uma parcela significativa de imagens é posto como uma espécie de lembrete da memória discursiva. Compreendemos desse modo que a encenação materializada nessas imagens que destacam a marca do olho roxo atualiza/aciona diferentes regiões da memória discursiva para então produzir um discurso sobre feminicídio. É importante também reforçar que esse movimento aciona essa essa memória sobre violência de distintas formas.