MÍDIA E DISCURSO: A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO E OS EFEITOS DE SENTIDO DA MATÉRIA “CARNAVAL DA POLARIZAÇÃO” DA REVISTA ÉPOCA

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Detalhes
  • Tipo de apresentação: Simpósio Temático
  • Eixo temático: ST31 - EFEITOS DE SENTIDO NOS DISCURSOS NA: DA MÍDIA
  • Palavras chaves: Análise do Discurso; Carnaval; MÍDIA;
  • 1 Universidade Federal de Sergipe

MÍDIA E DISCURSO: A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO E OS EFEITOS DE SENTIDO DA MATÉRIA “CARNAVAL DA POLARIZAÇÃO” DA REVISTA ÉPOCA

Mayara Oliveira Feitosa

Universidade Federal de Sergipe

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Autor

Mayara Oliveira Feitosa

Olá, Lorena e Renata! Muito obrigada! Agradeço também pela pergunta.

Na matéria “Carnaval da Polarização” da revista Época, não foi possível identificar um posicionamento explícito da revista sobre as FDs "petralhas" e "coxinhas", a partir da materialidade escrita. Entretanto, a partir das discussões na disciplina Procedimentos Metodológicos em Análise do Discurso (UFS), foi possível observar que há a descrição de uma marchinha que critica um determinado governo, levando em conta que jornalista se encontra em determinado espaço discursivo, com acompanhamento de notícias de acontecimentos e poder institucional representado por ele socialmente na mídia. Assim, de acordo com a referida matéria, “A música tema de nossos dias leva o jamegão de um grupo de compositores obscuros, que se inspiraram num personagem onipresente do noticiário: o agente da Polícia Federal Newton Ishii, famoso por escoltar os acusados da Operação Lava Jato rumo ao xilindró. Só quem acaba de desembarcar de Marte não reconhece os versos Ai, meu Deus, me dei mal/Bateu na minha porta o japonês da Federal, cujo clipe caseiro soma mais de 6 milhões de visualizações nas redes sociais.nO inesperado hit impulsionou outros autores a fazer o mesmo, resultando numa enxurrada de marchinhas de viés político neste Carnaval. Saem de cena as pastorinhas, a colombina e a mulata bossa-nova, substituídas por uma categoria de “musas” inéditas: petrolãopedaladasCerveróCunha e Lula”.

Além disso, no texto escrito da matéria, é possível observar que a revista faz descrição das posições de pessoas ou grupos, a partir de enquetes ou entrevistas realizadas: “O grupo alinhado com o governo elegeu “Não enche o saco do Chico”, que trata do famoso bate-boca travado na rua pelo cantor Chico Buarque. Há, inclusive, enquetes na internet para saber qual delas é a melhor. “Sou crítico deste governo”, diz o administrador de empresas mineiro Vitor Velloso, um dos autores da canção sobre Chico. “Mas o ódio chegou a um ponto que você não pode nem demonstrar que gosta de uma pessoa. Nossa letra é contra a intolerância.”

De acordo com a matéria, a descrição do debate sobre a polarização entre “petralha” versus “coxinha” é apresentada: "Para adicionar fervura ao embate, o japonês da Federal, apesar de toda a popularidade, não ficou sequer entre as dez finalistas do concurso de marchinhas da Fundição Progresso, no Rio de Janeiro. Segundo os organizadores da competição, ela não passou pelo crivo dos jurados, ao contrário de “Não enche o saco do Chico”, selecionada para a final. O advogado paulista Thiago Vasconcellos, um dos autores da composição preterida, desconfia de uma motivação ideológica no corte. “Fomos eliminados de um modo estranho, ainda mais em se tratando de um concurso que se propõe a divulgar o gênero”, diz ele. “O radicalismo petralha versus coxinha está dentro de tudo, é chato demais.”

A matéria “Carnaval da Polarização” apresenta também a marchinha “Ela petralha e eu coxinha”, com imagens (na referida disciplina, foi orientado o uso apenas do material escrito) de desenhos e pessoas fantasiadas, para ilustração:

“Estava errado, devia ter ficado na minha, nunca ia dar certo, ela petralha e eu coxinha, me lembro da primeira vez no metrô, sujei todo meu mocassim, só pra caminhar com ela na Paulista, mamãe achava aquilo o fim, seu pai também não aceitou o amor, que nasceu no Carnaval, morto de forma cruel no período eleitoral, agora me afogo no champanhe. A saudade que tenho dela, lembrando da sua boquinha com sabor de mortadela.”

Assim, a matéria indica que, durante o carnaval, a marchinha apresenta a polarização em tom de humor. Nesse sentido, de acordo com Pêcheux (1995, p. 163) “a interpelação do indivíduo em sujeito de seu discurso se efetua pela identificação (do sujeito) com a formação discursiva que o domina (isto é, na qual ele é constituído como sujeito)”.  É importante observar o destaque das formações discursivas, conforme Orlandi (2007), tais formações são diferentes regiões que recortam o interdiscurso e que refletem as diferenças ideológicas, o modo como as posições dos sujeitos, seus lugares sociais aí representados, constituem sentidos diferentes (Orlandi, 2007).

Obrigada mais uma vez! Abraço.

 Mayara.