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ENUNCIAÇÕES QUILOMBOLAS URBANAS: PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO E CONTRADIÇÕES
Glória França
Universidade Federal do Maranhão
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"Negros" na história do português brasileiroO Território Liberdade Quilombola se refere a um espaço correspondente aos bairros da Fé em Deus, Liberdade e Camboa, localizados na capital maranhense. A referida nomeação desse aglomerado de bairros, considerados como sendo da periferia ludovicense, é decorrente de uma demanda pela identificação Quilombo Urbano, que lhes foi atribuída em novembro de 2018 pela Câmara de Vereadores de São Luís (e que segue em curso para reconhecimento estadual). Este trabalho parte de uma reflexão já existente em torno da relação entre o movimento nacional dos Quilombos Urbanos e os sentidos de favela ou de periferia, e seu corpus se constitui a partir de diferentes materialidades produzidas tanto na mídia quando pelos membros do movimento Quilombo Raça e Classe, um dos responsáveis pela demanda em questão. Para pensar discursivamente, à luz da análise de discurso, numa tomada de posição materialista e anti-racista, buscamos: (1) compreender os efeitos de sentidos contraditórios de quilombola e de urbano produzidos por essa nomeação; (2) pensar os gestos de identificação – com o lugar de quilombola e com o lugar da urbanidade – que só se constituem como tal ao se configurarem ao mesmo tempo enquanto gestos de resistência; (3) analisar os modos pelos quais se dão os desdobramentos enunciativos e de que modo são afetados os locutores que se projetam nos dizeres dos/sobre quilombolas urbanos do território Liberdade. Do que precede, questionamos os deslocamentos de sentido produzidos pelo Quilombo Urbano naquilo que se apresenta, na ordem da formulação, como uma dupla-identificação. Para tanto, almejamos especificamente perceber os modos pelos quais se configuram, o sujeito da periferia e o sujeito quilombola urbano, a partir de uma imbricação de discursos que perpassam, dentre outros, e em diferentes níveis, o jurídico, o religioso, o cultural e a militância: por exemplo, na relação de reconhecimento da propriedade e de uma determinada territorialidade; nos recortes que selecionamos para pensar a presença dos terreiros de candomblé nesses bairros e na forma como tal presença produz efeitos discursivos; na relação desses espaços na circulação do reggae como uma forte forma de expressão do efeito de reconhecimento da maranhensidade, na forma como se formula esse mesmo reconhecimento com os grupos de Bumba-meu-boi atuantes nesses bairros; por fim, o papel da militância e os efeitos contraditórios de seus discursos no gesto de reconhecimento/resistência. Este trabalho propõe uma articulação entre teorias enunciativas e argumentativas, através das quais se realiza a análise dos lugares enunciativos e locutores que se projetam nos dizeres de/sobre os quilombolas do Território Liberdade, e a teoria discursiva materialista, que nos ajuda a compreender os processos de identificação em sua relação constitutiva com a contradição na produção dos sentidos e sujeitos do Quilombo Urbano.
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