O DIZER ECOA: análise discursiva de pichações

Favoritar este trabalho
Como citar esse trabalho?
Detalhes
  • Tipo de apresentação: Simpósio Temático
  • Eixo temático: ST70 - SABER URBANO E LINGUAGEM: SENTIDO E FORMAS DE ENUNCIAÇÃO
  • Palavras chaves: Pichações. Discurso. Ideologia. História;
  • 1 Centro de Letras e Ciências Humanas / Universidade Estadual de Londrina

O DIZER ECOA: análise discursiva de pichações

Ana Carolina Bernardino

Centro de Letras e Ciências Humanas / Universidade Estadual de Londrina

Resumo
Questões (2 tópicos)

Compartilhe suas ideias ou dúvidas com os autores!

Sabia que o maior estímulo no desenvolvimento científico e cultural é a curiosidade? Deixe seus questionamentos ou sugestões para o autor!

Faça login para interagir

Tem uma dúvida ou sugestão? Compartilhe seu feedback com os autores!

Autor

Ana Carolina Bernardino

Olá, Greciely! 
Ficamos felizes com seu apreço. 
O corpus do trabalho foi composto de 4 pichações, retiradas de 3 Universidades Públicas do interior do Paraná. Limitamos o número por conta da extensão do trabalho, mas entre os discursos coletados a resistência e a luta social eram temáticas evidenciadas. 

Análise 1: Imprensa do povo

Análise 2: Deus é preto(a)

Análise 3: Cotas sim! (recorte apresentado neste Evento) 

Análise 4: Golpistas, ñ passarão

Em relação as regularidades, limitamos o número de pichações analisadas por conta da extensão do trabalho, mas a resistência e a luta social eram temáticas evidenciadas entre os discursos coletados.  

Autor

Ana Carolina Bernardino

Lembrando Orlandi a linguagem, assim como a história não são transparentes; no que se refere a pichação é exatamente essa não transparência e, portanto, essa diversidade que propicia pensar a pichação além do sentido de contravenção e entendê-la como, também, uma manifestação e, "no limite" do real da cidade como resistência. De fato, a pichação é um grito silencioso que incomoda, mas não porque reenvindica um outro lugar, ou até poderia ser isso, em um primeiro plano, ela exige por meio de um protesto: reflexão, reconhecimento, compromisso e, talvez, transformação social. Daí, é claro, depois disso, quem sabe, a reinvindicação de um outro lugar, mas não no sentido de outro espaço físico ou outra universidade, mas de um outro modo de ver e sentir os fatos que circundam e constituem os sujeitos e a história. 

O gesto de pichar traduz, ou melhor, revela o entrecruzamento que há entre a língua, a ideologia e a história. E é exatamente nesse entrelaçamento que o sentido de político enquanto espessura semântica, diversidade e divisão de sentidos se instaura. A pichação permite-nos pensar justamente nessa divisão, ou seja, até onde é possível pensar o pixo como transgressão para podermos chegar no sentido de resistência (ou, lembrando Pêcheux, para podermos chegar a essa deriva de sentidos). Dessa forma, seguimos com o entedimento de Orlandi que coloca o político como divisão de sentidos e, consequentemente, dos sujeitos. A pichação revela essa divisão/esse polítivo quando, por meio dela, é possível captar um dier de um sujeito que, na realidade, diz, mas diz se utilizando de uma forma (pixo) não autorizada (no sentido de legal/ de jurídico).