SOBRE DOSES DE FASCISMO NA LINGUAGEM: REFLEXÕES INICIAIS SOBRE O DISCURSO DO TRIGÉSIMO OITAVO GOVERNO

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Detalhes
  • Tipo de apresentação: Simpósio Temático
  • Eixo temático: ST4 - ACONTECIMENTO E ARGUMENTAÇÃO: POLÍTICAS DISCURSIVO-ARGUMENTATIVAS DO ÓDIO
  • Palavras chaves: Análise de Discurso materialista; Discurso Político; Trigésimo oitavo governo; Fascismo;
  • 1 Universidade Federal Fluminense

SOBRE DOSES DE FASCISMO NA LINGUAGEM: REFLEXÕES INICIAIS SOBRE O DISCURSO DO TRIGÉSIMO OITAVO GOVERNO

Rudá da Costa Perini

Universidade Federal Fluminense

Resumo
Questões (2 tópicos)

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Autor

Rudá da Costa Perini

Olá, Argus

Muito obrigado pela questão/contribuição. Isso que você traz é um ponto muito interessante. Ainda não estou na etapa de fazer uma leitura comparativa, mas o plano é chegar lá em algum momento. Nesse primeiro momento, estou tentando entender as regularidades e as filiações de memória que constituem os discursos do trigésimo oitavo presidente. Não tinha pensado particularmente nessa diferença, não. Agradeço por iluminá-la.

Ronaldo Adriano De Freitas

Rudá, meu caríssimo; já manifestei meu interesse pelo seu trabalho e mais uma vez lhe sou grato;

Você pretende se aprofundar na relação  entre  discurso religioso e  discurso bélico. O Cristianismo oficial sempre se apropriou do discurso de destruição antigo-testamentário como forma de organização política; me lembro de um trabalho em uma mesa do último SEAD que trabalhava esse belicismo religioso, e gostaria de saber se você considera esse caminho produtivo.

Autor

Rudá da Costa Perini

Ronaldo, meu amigo. Obrigado, mais uma vez, pelo interesse e pelas questões. Sinto que fiquei te devendo uma reposta apropriada, rs. Ainda é cedo para asseverar, pois só as análises vão dizer, mas pelo que tenho observado, os discursos religioso e bélico são fundadores dos discursos do 38º presidente. O que vai demandar um trato sensível deste ponto é justamente a relação entre eles. Como você mesmo traz, o discurso veterotestamentário já aponta para essa direção. Se considerarmos a íntima aliança que se formou entre o governo e, principalmente, as igrejas neopentecostais, em que a teologia da dominação e da prosperidade são muito fortes, temos, sim, um caminho produtivo a seguir. Tenho colhido alguns indícios, um exemplo é o livro que escreve Edir Macedo, em 2000, chamado "Um plano de poder: Deus, os cristãos, e a política". Há uma fala da Damares se referindo a um "exército invisível que trabalhou incansavelmente, de dentro, para combater o inimigo [...]." Enfim, agradeço pela indicação, esse trabalho deve sair no próximo ebook do SEAD, certo? Um abraço.

Autor

Rudá da Costa Perini

Querida, Luciana. Que bom ler seu comentário. As ideias ainda estão sendo se assentando. Esse objeto tem me suscitado muitas questões (e dilemas). Pelo recorte que fiz para essa apresentação, não deu para sacar, mas a verdade é que tenho um capítulo na tese em que proponho uma leitura da noção de fascismo tomando como ponto de partida justamente o incômodo com a banalização do significante na atualidade. Esse capítulo certamente ainda não está maduro, mas tenho lá um percurso de reflexão que passa da leitura historicizante do fascismo na Europa e no Brasil a uma leitura discursiva do conceito em algumas obras consagradas. Sobre a dispersão das denominações, fascismo/neofascismo/nazifascismo/protofascismo/turbotecnomachonazifascismo e outras, ainda não escrevi nada, exceto uma breve reflexão, nesse capítulo mesmo, sobre uma abordagem mais conservadora do conceito que o restringe ao fascismo clássico e como isso pode tanto levar a certa leitura essencialista, quanto interditar interpretações do fascismo e seus desdobramentos para além da Segunda Guerra Mundial. Sobre o "A linguagem fascista", a orientadora, sempre atenta, indicou no laçamento, rs. Já tenho ele aqui, mas obrigado pela indicação.

Luciana Nogueira

Oi, Rudá! Obrigada pela resposta. Certamente o capítulo a que você se refere de sua tese será muito rico. Vou querer ler! Excelente caminho o que você está adotando. Um abraço!