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No es por treinta pesos, es por treinta años
Marcia De Saravia
Universidade Estadual de Campinas
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Argus Romero Abreu de Morais
Muito bem escrito seu texto, Márcia!
As categorias linguístico-discursivas estão muito bem "costuradas".
Penso que essa deve ser uma pergunta recorrente para o seu trabalho, mas seria possível estabelecer algum paralelo com as Jornadas de Junho de 2013 no Brasil?
Obrigado!
Luciana Nogueira
Parabéns pelo belo trabalho Marcia! De início, gostaria de elogiar o conjunto das imagens disponibilizadas e o efeito disso no trabalho, pois ficou muito interessante.
O seu tema – o estallido social no Chile – é muito interessante e acertado para mostrar determinado funcionamento do discurso de ódio no enunciado coletivo (ainda que inconsciente, como você alerta), as possíveis determinações e como se organiza isso no coletivo, a partir de revoltas e reivindicações coletivas. Os slogans analisados são riquíssimos para a compreensão desse funcionamento discursivo. Eles se constituem de enunciados que são uma espécie de resposta/afirmação ao que é dito pelo poder governamental, deslocando para outro lugar. O ódio aqui está num lugar específico: o ódio de classe.
A pergunta que você coloca é interessantíssima: toda violência verbal deveria ou não ser considerada como discurso de ódio, sobretudo no discurso político, como você aponta? Ao que você remete para que se atentem às condições de produção sócio históricas do dizer, antes de mais nada. E você nos apresenta então uma classificação do discurso de ódio, se bem entendi. E nessa classificação o primeiro ponto é o funcionamento do estereótipo, por exemplo, a partir das representações coletivas. Você poderia falar um pouco mais do discurso do ódio sob essa classificação de estereótipo? Algum exemplo?
Faço coro ainda com a pergunta do Argus sobre um paralelo com as jornadas de junho no Brasil e alguma semelhança dos enunciados: no Brasil: “não é só pelos vinte centavos” / no Chile: “nos es por treinta pesos, es por treinta años”. Parabéns!
Marcia De Saravia
Obrigada pela suas observações, Luciana. Sim, é muito possível fazer um paralelismo com as manifestações de 2013 no Brasil, embora seja necessário considerar algumas diferenças, principalmente no plano discursivo. Observo que no Chile o acontecimento esteve bastante atravessado pela memória discursiva recuperada pelo coletivo, fazendo com que o acontecimento atual estivesse marcado por um vai-e-vem entre o tempo presente e o tempo passado. Em relação a sua pergunta sobre exemplos de estereótipos, a partir da perspectiva da noção de ethos prévio, estes aparecem sob a forma de estigmatização dos manifestantes como: estes comunistas, também no Chile chamados pejorativamente de "comunachos", estas "feminazis", delinquentes, etc., Neste sentido, o estereótipo surge como uma forma de reforçar as imagens negativas. Espero que eu tenha respondido as suas perguntas. Muito obrigada e um forte abraço.
Luciana Nogueira
Oi, Marcia, tudo bem? Sim, você me respondeu de modo interessante. Concordo com você sobre as diferenças que apontou sobre o processo brasileiro e chileno. E quanto ao estereótipo, ok os exemplos, eu perguntei justamente porque você fala do discurso de ódio e neste caso do exemplo é o discurso de ódio do poder governamental e posições aliadas, mas também teria o discurso de ódio do próprio movimento, de maneira organizada nas reivindicações, certo? Tem uma das imagens que mostra: "Piñera, te odio", acho que é isso. Abraços e obrigada!
Marcia De Saravia
É verdade que o discurso de ódio, entendido no contexto dos protestos, é usado sob forma de ataque e resistência. Porém, o discurso de ódio também deve ser analisado sob o seu efeito real. Por exemplo, o enunciado dito por um manifestante "Piñera, te ódio" ou outro declarado pelo próprio presidente "Estamos en guerra contra un enemigo" tenham efeitos históricos, políticos e discursivos diferentes. E aí podemos pensar no lugar da autoridade de quem emite esses enunciados. Um abraço.
Luciana Nogueira
Sim, é bem isso. Concordo muito. Obrigada pela resposta.
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