Anais da III Jornada Internacional Semântica e Enunciação

Resumo: Há abordagens culturais divergentes sobre a surdez, reconhecendo-a enquanto uma “diferença” – em que a identidade surda e a língua de sinais são aceitas, ou como, uma “deficiência/doença” – que precisa de intervenções clínicas e outras, sendo imposta a linguagem falada aos sujeitos surdos ao invés de ser reconhecida uma língua de sinais. Neste trabalho, objetivamos analisar os sentidos do nome surdez em enunciados dos Estudos Surdos. Para isso, selecionamos excertos dos livros Educação e exclusão: abordagens sócio antropológicas em educação especial, de Carlos Skliar (1997) e A Surdez: um olhar sobre as diferenças, de Skliar - Org. (2016), pois esse pesquisador em Estudos Surdos em Educação é um dos principais difusores da surdez sob a concepção socioantropológica. Para essa análise, pautamos como escopo teórico-metodológico a Semântica do Acontecimento (SA), postulada por Guimarães (2002, 2018). Para ele, os sentidos de uma palavra são constituídos na enunciação, no acontecimento do dizer. Sendo assim, a SA estuda o modo de funcionamento de um termo linguístico em enunciados, observando como eles se integram a um texto. Assim, as relações de determinação semântica são construídas pelo modo como a enunciação integra/articula as palavras em um texto, dando-se por meio dos procedimentos de agenciamento enunciativo: reescrituração e articulação. Nossa análise partiu desses procedimentos, e, logo, elaboramos o Domínio Semântico de Determinação (DSD) de surdez.

PALAVRAS-CHAVE: Estudos surdos. Semântica do Acontecimento. Sentidos. Surdez.