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Lugares de enunciação, silenciamento e demandas políticas por legitimidade pelas torcidas queer de futebol
Matheus da Silva Medeiros
Universidade Estadual de Campinas
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Crie um tópicoA emergência nas redes sociais de torcidas de futebol autodenominadas livres e queer produziu recentemente tensões em um espaço que historicamente construiu o homem cisgênero e heterossexual como seu interlocutor legítimo (PINTO, 2017). A partir da construção de contradiscursos à naturalização da homofobia, da misoginia e do racismo no futebol, essas torcidas abrem espaços de visibilidade e legitimidade que fundam regimes de enunciabilidade contradominantes, em que a reivindicação pela legitimidade dessas formas outras de subjetivação se fundamenta na demanda pelo direito de ser, torcer e dizer, pela denúncia dos processos históricos e ideológicos de silenciamento (ORLANDI, 2007) e mascaramento do equívoco, das assimetrias e das diferenças. Em outras palavras, na demanda pelo direito de ser reconhecido como sujeito político. A partir do referencial teórico-analítico da Análise do Discurso de filiação materialista, em diálogo com os Estudos de Gênero, neste trabalho retomamos o conceito de lugares de enunciação (ZOPPI-FONTANA, 2002, 2017) para analisar a emergência das torcidas livres e queer como prática discursiva de resistência a sentidos normativos sobre gênero, sexualidade e aos sentidos fornecidos pela formação ideológica dominante cis-heteronormativa, que normalizam quem são os sujeitos legitimados para torcer e jogar futebol. Na linha dos trabalhos desenvolvidos por Michel Pêcheux, na França, e Eni Orlandi, no Brasil, o discurso é entendido como o lugar material da luta ideológica e das contradições que dividem os sentidos e os sujeitos, de modo que situamos as torcidas queer como nosso objeto de análise por elas se constituírem como um dos pontos de crise desses sentidos normativos, produzindo rupturas e deslocamentos. O corpus analisado consiste na designação e identidade visual da página QUEERlorado, no Facebook, e Bambi Tricolor, no Tumblr. Concluímos que, para construir um lugar de enunciação que não constituído pela memória LGBTfóbica, essas torcidas provocam deslizes e a transformação de sentidos pejorativos naturalizados, a fim de construir um lugar de legitimidade para esses sujeitos-torcedores, de onde eles possam torcer, reivindicar e fazer demandas por visibilidade
Maria Fernanda Moreira
Compartilhamos algumas questões de pesquisa! Já tinha te lido na Entremeios mas foi incrível te ouvir falar! Já virou minha referência. Legal demais
Abraço!
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Matheus da Silva Medeiros
Maria Fernanda, em meio a essa correria cotidiana ainda não tinha conseguido um tempinho para responder com atenção. Assisti à sua apresentação e fiquei impressionado com a sensibilidade com que trata as questões do seu trabalho, algumas das quais compartilhamos! Obrigado pelo comentário e por essa troca tão importante.