A NONA ARTE COMO DISCURSO AUTORIAL: CATEGORIAS PARA UMA ANÁLISE DOS QUADRINHOS ENQUANTO INSTITUIÇÃO DISCURSIVA

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Detalhes
  • Tipo de apresentação: Simpósio Temático
  • Eixo temático: ST19 - ARTE COMO GESTO POLÍTICO: A MATERIALIDADE E O ESPAÇO SIMBÓLICO
  • Palavras chaves: Campo Quadrinístico; Discursos Autoriais; Capital simbólico;
  • 1 Universidade Federal de Minas Gerais

A NONA ARTE COMO DISCURSO AUTORIAL: CATEGORIAS PARA UMA ANÁLISE DOS QUADRINHOS ENQUANTO INSTITUIÇÃO DISCURSIVA

Lucas Piter Alves Costa

Universidade Federal de Minas Gerais

Resumo

Em meados de 1960-70, o termo “nona arte” passou a designar um domínio de práticas discursivas que hoje é conhecido como Bande Dessinée, Comics, Banda Desenhada, Historietas, Fumetti, Histórias em Quadrinhos, ou, como diferencia Costa (2016), simplesmente Quadrinhos. Pelo conceito de instituição discursiva, os Quadrinhos podem ser vistos como um domínio relativamente autônomo no panorama das produções culturais, termo que permite acentuar suas práticas e aparelhos. Os autores dessa instituição produzem obras, mas a própria noção de autor e obra é, num dado sentido, produzida ela mesma pelas mediações dos agentes num dado campo, no caso, o quadrinístico. Por essa razão, os Quadrinhos são abordados aqui com um discurso autorial: aquele para o qual a função-autor se tornou fundamental, em que o nome de Autor é construído de maneira coletiva pelas posições-autor, -leitor e -mediador. Para um discurso autorial, o nome de Autor, diferentemente de um nome próprio qualquer, manifesta a ocorrência de um certo campo de discurso, e refere-se ao status desse discurso no interior de uma sociedade e de uma cultura. Há discursos que são providos da função-autor, enquanto outros não são. A importância da função-autor para os discursos autoriais permite estabelecer uma diferença entre autorial (voltado à instituição) e autoral (voltado ao sujeito autor). A variedade semântica da palavra autor a faz transitar por diversos gêneros, alguns dos quais não têm valor para uma crítica da arte: uma redação escolar, um artigo de opinião, uma matéria jornalística, um discurso eleitoral, um panfleto revolucionário, uma propaganda publicitária, dentre outros, todos esses têm autores passíveis de responder juridicamente pelos textos ou de disputar direitos autorais. Mas a noção de autor e autoria que interessa a este trabalho não é de ordem jurídica. Este trabalho aborda a noção de Autor como correlato da Obra, partindo de teorizações foucaultianas. Diante disso, seu objetivo é apresentar alguns conceitos e categorias para uma análise dos Quadrinhos enquanto discurso autorial. As bases teóricas para este trabalho estão em Foucault (2008, 2009), Bourdieu (1989, 2002, 2008), Maingueneau (2006), Groensteen (2004, 2014) e Costa (2016). Espera-se que os conceitos e categorias trabalhados possam contribuir para análises de outros discursos autoriais, tais como a Literatura, o Cinema, as Artes Plásticas, a Música, etc.

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