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SEXTOU O MÊS TODO: ENUNCIAÇOES NO/SOBRE O TEMPO E(M) MATERIALIDADES
Gabriele Cristine Carvalho
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais
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CORPO FEMININO: O MOVIMENTO ENUNCIATIVO DAS FORMAÇÕES NOMINAISO trabalho se propõe a investigar o alcance do uso de temporalizações e o
processo da constituição dos sentidos de usos como "sextar" e "Black Friday" no Português
Brasileiro. Filiamo-nos aos estudos semânticos de base enunciativa, visando à reflexão sobre
como a materialidade é percebida em seus efeitos pelo viés da Enunciação, alcançando outras
formas de se firmar nos diversos discursos. Acreditamos, portanto, que há variados efeitos de
sentido alcançados por "Black Friday" e "sextar" na língua, em suas variações. A questão
fundamental é investigar em que medida se dá o processo de constituição desses usos,
conforme domínios e os diferentes referenciais que sustentam essas formas no nosso
cotidiano. Nesse caminho, as temporalizações se dão no acontecimento enunciativo pela
latência, pelo possível. Para nós, é pertinente observar os domínios de articulação e
atualização de elementos sintático-semântico-morfológicos na adoção de expressões para
designar tempo(ralidades) e temporalizações que se dão para além dos tradicionais adjuntos
adverbiais, verbos e outros elementos que nos predisponham à visão dos fatos, de si e do
outro organizados em relações que se dão entre o presente, o passado e o futuro e o modo
como enunciamos sobre isso. Compreendemos que as construções linguístico-discursivas de
expressão e organização temporal podem ser vistas pelo viés da Semântica da Enunciação e
por ela podem ser descritas e explicadas. Também a Análise de Discurso de vertente francesa
se torna um profícuo caminho no tratamento do nosso objeto, na medida em que
consideramos as expressões cotidianas em sentidos construídos e enunciados na língua em
situações reais de uso, provenientes de direções argumentativas atualizadas em sua condição
sócio-histórica, em seus efeitos de sentido na prática social. Tomamos, preferencialmente,
estudos de Dias e Guimarães, observando, conforme os autores, a historicidade como material
e forma de posicionamento significativo nessa construção, tomando o acontecimento de
linguagem no processo de construção de novas temporalizações que surgem na latência e no
alcance das situações da vida e, por essa visão, explicaremos os propósitos e os rumos da
língua em novos usos.
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