#AoIR 2nd Flashpoint Symposium 2020

A partir de dados fornecidos pelo Monitor de WhatsApp, apresentados por Resende et al. (2019), este artigo analisa as redes de propagação de notícias falsas em grupos públicos de WhatsApp sobre temas políticos, entre 16 de agosto a 7 de outubro de 2018 (data do primeiro turno das eleições brasileiras). Com base nos conceitos de redes sociais na Internet abordados por Recuero (2009), este trabalho visa classificar essas redes para responder a seguinte questão: como ocorreu o fluxo de desinformação durante o período pré-eleitoral brasileiro de 2018? Os resultados indicam que essas redes são formadas por associação, mantidas por interações reativas e laços fracos e que geram capital social cognitivo. Tais classificações ajudam a explicar o fenômeno de desinformação coletiva que afetou as eleições brasileiras. Para a coleta dos dados disponíveis no sistema, o grupo de pesquisa responsável pelo Monitor de WhatsApp identificou grupos públicos (acessíveis através de links) por meio de uma pesquisa no Google e em outras plataformas de mídias sociais, como o Facebook e Twitter, combinando o padrão de URL "chat.whatsapp.com" (prefixo universal para a formação de links do WhatsApp) com palavras relacionadas ao cenário político brasileiro, como nomes de candidatos, partidos e extremismo político. Foram encontrados 3.444 links, dos quais 1.828 eram válidos (Resende et al., 2019). Atualmente, o sistema analisa 364 grupos relacionados a temas políticos. Esse número foi restringido pela capacidade de memória dos aparelhos usados para entrar nos grupos. Todos os dados recebidos pelos grupos foram armazenados e periodicamente disponibilizados no sistema.