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O Líquen Plano Oral (do inglês Oral lichen Planus - OLP) é uma doença inflamatória crônica caracterizada por uma variedade de manifestações clínicas denominadas reticular, atrófica, em forma de placa, erosiva e bolhosa, dentre as quais a forma reticular é a mais comum, exibindo uma delicada faixa branca, denominada estrias de Wickham. A etiologia da doença é atualmente desconhecida. No entanto, muitos autores sugerem que a doença está associada a um processo autoimune. A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu em 2017 que o OLP é caracterizado como uma desordem potencialmente maligna, com possível progressão para Carcinoma Oral de Células Escamosas (do inglês Oral Squamous Cell Carcinoma - OSCC). Estudos demonstram que a forma erosiva de OLP está frequentemente associada à progressão para OSCC. Giuliani e colaboradores (2019), em uma revisão sistemática, demonstraram que 92 de 6.559 pacientes diagnosticados com OLP desenvolveram OSCC. Os autores encontraram um potencial de malignidade de 1,4% e uma taxa de transformação anual de 0,2% ao analisar estudos retrospectivos e prospectivos sobre OLP. Já Ruokonen et al. (2017) revelaram que 17,9% dos pacientes com câncer oral apresentavam OLP e 4% apresentavam lesões liquenóides orais, sugerindo que essa disfunção pode ser um importante fator etiológico do OSCC e que o tabagismo e o uso de álcool foram menos frequentes em pacientes com OLP e lesões liquenóides, sugerindo que o OLP pode evoluir para OSCC, mesmo na ausência de agentes etiológicos bem conhecidos. O potencial de transformação maligna de OLP ainda é alvo de muitas discordâncias quanto aos seus reais percentuais e taxas de transformação, assim como dos determinantes genéticos-chave relacionados ao mesmo. Diante disso, este é o primeiro trabalho a usar uma análise in silico para investigar as assinaturas de expressão gênica observadas em lesões de OLP quando comparadas a tecidos orais saudáveis e aos estágios inicial e avançado do OSCC, a fim de esclarecer o potencial de transformação maligna do OLP. Nossos resultados demonstram um repertório de vias que podem ser conectadas à potencial transição entre OLP e OSCC. Nossos achados sugerem que o OLP e o OSCC compartilham a ativação de vias relacionadas à queratinização e inflamação com um papel potencial na malignização. Além disso, exploramos potenciais novos alvos terapêuticos e propusemos drogas que podem interagir com eles e reverter as alterações de expressão.
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