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OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE CARREADORES LIPÍDICOS NANOESTRUTURADOS CONTENDO CAFEÍNA

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Introdução: A cafeína é um alcaloide natural que se caracteriza como um pó ou cristal branco, pouco solúvel em água, com aplicação em formulações cosméticas. Entretanto, a absorção da cafeína através de formulações tópicas é limitada em decorrência da hidrofilicidade da molécula, o que dificulta sua penetração no estrato córneo da pele. Portanto é necessário que a cafeína seja associada a formulações que promovam sua absorção. Carreadores lipídicos nanoestruturados são sistemas de liberação de fármacos compostos por partículas de tamanho nanométrico, estes nanocarreadores vem sendo aplicados em formulações dermocosméticas por promoverem liberação sustentada e melhor absorção dos ativos, dentre outras vantagens. Objetivos: O objetivo do trabalho foi o desenvolvimento e a caracterização de carreadores lipídicos nanoestruturados contendo cafeína. Métodos: Os carreadores lipídicos nanoestruturados foram obtidas pela técnica de microemulsão a quente baseada no método proposto por Gasco (1993) com modificações. Foram testadas um total de 4 formulações. A caracterização físico-química das formulações foi realizada empregando-se os testes de avaliação macroscópica, determinação do tamanho de partícula, índice de polidispersão (IPD) e determinação do potencial zeta, 24 horas após o preparo das formulações. Os resultados foram obtidos através da média de três determinações realizadas a 25°C. Resultados: A análise macroscópica, das quatro formulações, revelou aparência similar, homogênea, ausência de cremeação ou sedimentação. O tamanho de partícula obtido foi dentro da escala nanométrica, sendo F1 200,00 ± 2,160, F2 215,67 ± 0,943, F3 186,00 ± 1,633 e F4 119,33 ± 1,414. O índice de polidispersão (PDI) sugere a homogeneidade do sistema e quanto menor o valor obtido, preferencialmente ≤ 0,2, maior o grau de homogeneidade da amostra. As amostras obtiveram valor de PDI próximo a faixa aceitável, sendo eles 0,286 ± 0,0017 para F1, 0,225 ± 0,00309 para F2, 0,154 ± 0,00094 para F3 e 0,246 ± 0,00141 para F4. Em seguida, foram consideradas mais estáveis as formulações com o maior potencial zeta em módulo, os resultados obtidos foram -21,67 ± 0,471 para F1, -34,67 ± 0,471 para F2, -31,33 ± 0,943 para F3 e -37,33 ± 0,943 para F4. Conclusão: Os resultados sugerem que todas as formulações foram obtidas com êxito. A formulação F3 foi selecionado para seguir com os estudos de Eficiência de Encapsulação e de Estabilidade, visando a sua aplicação em uma formulação de uso tópico.