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Enfoque de gênero em estudos da terapia cognitivo comportamental com mulheres na América Latina: uma revisão integrativa
Cláudia Guilger-Primos
Universidade de São Paulo
Agora você poderia compartilhar comigo suas dúvidas, observações e parabenizações
Crie um tópicoA terapia cognitivo comportamental (TCC), que é conhecida por seu foco na validação de teorias e técnicas, nos últimos anos tem avançado no sentido de dar maior atenção ao contexto e a elementos multiculturais. Um dos principais marcadores sociais a ser levado em consideração é o de gênero, uma vez que desde o nascimento, o sexo biológico impõe construções sociais e de subjetividade. Por causa de sua difusão, o machismo é considerado um estressor social crônico e é uma possível causa da maior prevalência de sintomas depressivos, ansiosos e somáticos em mulheres ao comparadas com homens. Na América Latina, apresentam-se múltiplos estressores pela variedade de raças, classes e nacionalidades, sendo necessárias pesquisas e práticas que englobem essas complexidades. Ao desafiar a suposição universalista que as técnicas de TCC podem ser igualmente eficazes ao tratar homens e mulheres, é possível incorporar uma abordagem verdadeiramente biopsicossocial. Considerando-se esses elementos, o objetivo deste trabalho foi reunir estudos da TCC com mulheres e entender como teóricos e pesquisadores estão abordando gênero na América Latina. Método: foram selecionados artigos que abordassem o machismo no contexto da terapia cognitivo comportamental na América Latina de acordo com os critérios (i) estudos com mulheres ou meninas (ii) usar intervenções, teorias ou técnicas da TCC (iii) considerar o contexto latino americano (iv) nas línguas inglês, espanhol e português. As bases de busca utilizadas foram a Lilacs e a Scielo com os descritores encontrados na Medical Subject Headings (MeSH). Resultados: Foram encontrados 237 artigos nas buscas. Após aplicação dos critérios de exclusão, restaram quatro. Os selecionados tinham como enfoque: Distúrbios alimentares, Diferenças de sintomas depressivos entre gêneros, Violência doméstica e O impacto do racismo no manejo clínico. Discussão: Este estudo mostrou não somente uma lacuna em estudos sensíveis ao gênero, mas como a TCC tem tratado desordens que são comprovadamente relacionadas ao gênero, não havendo nem menções ao sexismo nos estudos. Mostrou-se a importância de questionar o machismo como forma de acabar com o ciclo da violência. O distúrbio disfórico pré-menstrual, que acomete de 75 a 80% da população, é relacionado a uma flutuação hormonal normal, mas ainda é caracterizado no DSM. A ciência produzida pela TCC ainda precisa reconhecer muitos fatores multiculturais que devem ser levados em consideração. Apoio Financeiro CNPQ.
Muito interessante o tema!! Parabéns!!
Roberta Olivério-Naegeli
Esse estudo é muito pertinente! Achei muito interessante. Parabéns pelo trabalho!
Cláudia Guilger-Primos
Obrigada, lindeza ❤
Janaína´Bianca Barletta
Cláudia, parabéns pelo trabalho! É um tema super interessante e que levanta várias reflexões! Sua apresentação foi clara e objetiva, adorei! Fico aguardando a publicação do artigo para que eu possa ler um pouco mais! bjs Janaína B. Barletta
Cláudia Guilger-Primos
Muito obrigada! Em breve publicaremos o artigo e eu te envio! Fico muito feliz com seu feedback!
Cláudia Guilger-Primos
Pessoal, esqueci de colocar meu e-mail na apresentação. Caso você se interesse, é [email protected]
Cláudia Guilger-Primos
(Estou respondendo para o tópico aparecer)
Parabéns pela abordagem do tema de maneira tão clara e ética. É de suma importância esses recorte social dentro das TCCs. Eu nunca havia pensado o machismo como um estressor social crônico, mas faz absolutamente total sentido. Olhando para minha vida e os pequenos estresses que passo todos os dias simplesmente por ser mulher ... que possamos avançar enquanto sociedade. Obrigada por esse trabalho.
Cláudia Guilger-Primos
Oi, Gabriela! Que bom que gostou do trabalho! Também pensei a mesma coisa quando comecei as buscas... E faz todo o sentido, né? Acredito que tenham vários aspectos que nos afetam mas ainda não percebemos. Espero que possamos avançar nesse sentido.
Obrigada pelo feedback!
Antônio Gabriel Araújo Pimentel De Medeiros
Olá, Cláudia!
Seu trabalho vem em boa hora. Realmente o DSM apresenta algumas inconsistências marcantes: excesso de comorbidades, de diagnósticos não especificados e patologização de processos naturais. A quinta edição apresenta a boa intenção de expandir o foco dos sintomas (que não necessariamente estão ligados a psicopatologias) para uma visão dimensional. Além disso, vejo seu discurso alinhado com a necessidade de estudos em TCC com populações específicas (principalmente no Brasil) e um maior direcionamento às intervenções baseadas em processos.
Parabéns!
Cláudia Guilger-Primos
Olá, Antônio. Fiquei feliz com seu feedback! Muito obrigada!
Realmente houveram avanços nessa edição do DSM e espero que na próxima esteja ainda melhor.
Nesse sentido, iremos publicar um artigo que aprofundamos a discussão para depressão pós parto e em distúrbios alimentares, que também tem vieses e expectativas de uma lógica sexista. Espero que na próxima edição do Manual haja uma maior ênfase na existência desses fatores que afetam os diagnósticos.
Além disso, epero que as terapias baseadas no processo ganhem mais espaço dentro das TCCs para que possamos ser mais sensíveis a cada cliente, como tem reaparecido diversas vezes aqui no evento. Pensando nisso, estamos lendo sobre terapias feministas para tentar abarcar novos elementos dentro da TCC e também publicaremos um capítulo sobre isso!
Alessandra Luzia de Rezende
Oi Cláudia! Que tema importante e relevante de ser estudado! Parabéns pelo seu trabalho, e também por sua apresentação, que foi bastante esclarecedora e coerente! Aprendi muito sobre ao ouvir, e espero ansiosamente para ler a publicação no futuro.
Continue com o bom trabalho, e que muitas mais pesquisas sejam realizadas com enfoque no gênero dentro da TCC :D <3
Cláudia Guilger-Primos
Carolyne Juvenil
Parabéns pelo trabalho, Cláudia! Além da inquestionável relevância social, notei que entre as referências nos slides apareceram nomes de pesquisadoras e teóricas negras, como o da Drª Jeane Tavares e Carla Akotirene. Para além de produzir a respeito de minorias, é essencial conhecer suas produções teóricas, citá-las e referenciá-las publicamente, como forma de quebrar o padrão branco e masculino nas ciências, além de combater o epistemicídio do conhecimento produzido pela população negra. Que cada vez mais a TCC entenda seu papel social e não fale sobre minorias, mas com elas.
Cláudia Guilger-Primos
Olá, Carolyne! Muito obrigada! O artigo delas foi o que encontrei em mais lugares! Eu ia colocar a imagem delas no slide para destacar a importância de saber que são mulheres negras (sempre pressupomos que são homens brancos que escrevem), mas estava passando do tempo de cinco minutos e os slides já estavam muito cheios! (Também ia colocar da Djamilla Ribeiro que usei de referência).
Concordo plenamente com suas pontuações! Obrigada pelo feedback
Lucas Miranda Parente de Araújo Araujo
Olá Cláudia.
Parabéns pelo trabalho!
Gostaria de perguntar se na sua revisão de literatura foram encontrados estudos, na abordagem cognitiva comportamental, que pesquisem a influencia do contexto sociocultural atual sobre a saúde mental e física de homens e pessoas LGBTQIA+, dado que questões de gênero também afetam essas populações.
Também queria perguntar se encontrou algum estudo que relaciona essas questões em contextos organizacionais.
Cláudia Guilger-Primos
Olá, Lucas!
Obrigada pelo interesse!
No escopo da TCC tinham artigos que tratavam da saúde mental e física de homens que violentaram suas parceiras, sendo bem reincidente esse tipo de trabalho. Mas foi o máximo que encontramos acerca disso.
Em relação a população LGBTQIA+, só encontramos artigos com outras abordagens teóricas, infelizmente.
No ambiente organizacional, havíamos encontrado um artigo com as palavras chave mas que não tinha relação com a nossa temática.
Acredito que esse tipo de literatura é necessária e espero que aumentem os artigos que tratem disso.
Espero ter conseguido sanar suas dúvidas.
Mariana de Oliveira Risso
Olá Cláudia. Seu trabalho é muito forte. Mostra que ainda temos muito a avançar quanto a nossas visões das mulheres dentro da ciência. Parabéns!
Cláudia Guilger-Primos
Muito obrigada! Espero que continuemos avançando numa ciência que seja sensível às nuances de gênero, raça e sexualidade!
Olá Cláudia, que trabalho incrível!
Tema de grande importância, abordando aspectos históricos, sociais, culturais e psicológicos!
Um trabalho muito completo, meus parabéns!
Fiquei com uma dúvida: ele já foi publicado? Gostaria de lê-lo.
Parabéns mais uma vez, incrível!
Cláudia Guilger-Primos
Olá, Aline.
Muito obrigada pelo feedback! Fico feliz que tenha gostado!
Nós estamos em processo de submissão e em breve será publicado!
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Cláudia Guilger-Primos
Muito obrigada!