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Análise do repertório de Habilidades Sociais Conjugais de casais em relacionamento heterossexual e homossexual
Bruno Luiz Avelino Cardoso
Universidade Federal de São Carlos
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Identificação da vitimização por stalking no BrasilOs estudos têm apontado que existem diferenças entre homens e mulheres quanto ao repertório de habilidades sociais (HS) gerais e habilidades sociais conjugais (HSC). Ao considerar a orientação sexual, os autores discutem sobre similaridades e diferenças entre estas formas de relacionamento. Contudo, pouco tem sido discutido sobre especificidades de repertório de HS ou HSC nestes casais. Desta forma, são objetivos deste estudo: (a) caracterizar o repertório de HSC de casais em relação heterossexuais e homossexuais e (b) identificar recursos e necessidades em termos de aperfeiçoamento de HSC. 596 indivíduos participaram deste estudo, dos quais 210 estavam em uma relação homossexual e 386, em um relacionamento heterossexual. Foi utilizado o Inventário de Habilidades Sociais Conjugais como medida avaliativa e os dados foram analisados por meio de estatísticas descritivas (frequências, Médias e DP para escores gerais e fatoriais de HSC) e inferenciais (Student test) para avaliar diferenças entre as subamostras conforme orientação sexual e do tamanho de efeito (Cohen’s d test). Os resultados do Student test para amostras independentes mostrou que, em média, os casais em relacionamento homossexual apresentaram escore maior no repertório geral de HSC comparados aos casais em relacionamento heterossexual (t=6,585, p< .001, d=0,56). Este resultado também foi identificado nas classes de Reciprocidade Assertiva (t<=4,737, p< .001, d=0,34), Autoafirmação Assertiva (t=2,335, p<.020, d=0,17) e Afetividade/Empatia (t=9,659, p<.001, d=0,77). Ao comparar as médias entre gays e lésbicas não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas no repertório de HSC (t=0,408, p=.68, d=.29), exceto para a classe de Autocontrole Emocional, que os casais de gays tiveram média maior (M=19,76; DP=4,33) do que os casais de lésbicas (M=18,47; DP=4,60). Os resultados deste estudo auxiliam na compreensão das relações e sinalizam indicadores quanto as (a) especificidades nos formatos das intervenções, (b) postura do terapeuta/facilitador, (c) exemplos práticos aplicáveis aos diferentes tipos de relacionamento e (d) classes de habilidades que devem ser levadas em consideração na estrutura de possíveis programas de intervenção.
Mariana de Oliveira Risso
Olá Bruno! Acho que seu trabalho traz pontos muito importantes para os quais devemos olhar como psicólogas e psicólogos; muitos questionários, pesquisas e programas de fato não levam em conta a orientação sexual dos participantes e pudemos observar pelo seu estudo como essa é uma variável importante!
No gráfico de análise de similaridades e diferenças por itens do IHS, o eixo vertical é a escala likert? Quanto mais próximo de 4, mais os casais concordaram? Fiquei um pouco em dúvida.
Muito pertinente seu trabalho.
Alessandra Luzia de Rezende
Muito interessante e relevante o seu estudo! Continue com o bom trabalho, com certeza irá facilitar para que as intervenções feitas com casais sejam mais efetivas, dentre tantos outros benefícios. Parabéns pela apresentação, foi muito clara e coerente. Gostei muito do seu trabalho.
Bruno Luiz Avelino Cardoso
Muito obrigado pelo feedback, Alessandra!
Um abraço.
Antônio Gabriel Araújo Pimentel De Medeiros
Bruno, sua pesquisa muito contribui para uma TCC brasileira próxima da nossa população. Você poderia indicar, caso haja, publicações com o tema? Sua pesquisa está publicada em algum outro canal?
Bruno Luiz Avelino Cardoso
Obrigado pelo feedback, Antonio!
Realmente é uma temática que precisa da nossa atenção. Este é um dos estudos da minha tese de doutorado. Além dele, há outros da minha tese que também debatem sobre a questão das habilidades sociais conjugais e orientação sexual. A tese ainda não foi publicada, mas, te envio abaixo algumas referências que fazem algum tipo de reflexão sobre especificidades dos relacionamentos não-heterossexuais e heterossexuais. Qualquer dúvida, sigo a disposição*.
Catelan, R. F., & Costa, A. B. (2020). Terapia cognitivo-comportamental afirmativa com casais não heterossexuais. In: B. L. A. Cardoso & K. Paim (Orgs.). Terapias cognitivo-comportamentais para casais e famílias: bases teóricas, pesquisas e intervenções (pp. 421-442). Novo Hamburgo: Sinopsys.
Kelleher, C. (2009). Minority Stress and Health: Implications for Lesbian, Gay, Bisexual, Transgender, and Questioning (LGBTQ) Young People. Counselling Psychology Quarterly, 22(4), 173-179.
Kousteni, I., & Anagnostopoulos, F. (2019). Same-sex couples’ psychological interventions: a systematic review. Journal of Couple & Relationship Therapy, Advance online publication. https://doi.org/10.1080/15332691.2019.1667937
Pachankis, J. E., Hatzenbuehler, M. L., Rendina, H. J., Safren, S. A., & Parsons, J. T. (2015). LGB-Affirmative Cognitive-Behavioral Therapy for Young Adult Gay and Bisexual Men: A Randomized Controlled Trial of a Transdiagnostic Minority Stress Approach. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 83(5), 875–889.
Pachankis, J. E. & Safren,S. A. (Eds.). (2019). Handbook of evidence-based mental health practice with sexual and gender minorities. New York: Oxford University Press.
* E-mail: [email protected] / Instagram: @brunocardos1
Matheus Bocardi
Parabéns pelo seu brilhantismo, Bruno! Sucesso!
Bruno Luiz Avelino Cardoso
Muito obrigado, Matheus! Um abraço.
Alice Calori Filisetti Da Silva
Bruno, adorei seu trabalho! Importantíssimo o tema e a visibilidade que você está trazendo para essas diferenças! Eu ja li bastante sobre HS mas fiquei curiosa sobre as habilidades sociais conjugais, você pode me indicar um texto/artigo/ video sobre o tema?
Bruno Luiz Avelino Cardoso
Oi Alice, obrigado pelo teu feedback!
Que bom que é uma temática que tem te chamado atenção. Envio abaixo algumas referências sobre habilidades sociais conjugais:
Cardoso, B. L. A. (2019). Baralho das habilidades sociais conjugais: Avaliando e treinando habilidades com casais. Nova Hamburgo: Sinopsys.
Cardoso, B. L. A., & Del Prette, Z. A. P. (2020). Avaliação multimodal das habilidades sociais conjugais. In: B. L. A. Cardoso & K. Paim (Orgs.). Terapias cognitivo-comportamentais para casais e famílias: bases teóricas, pesquisas e intervenções (pp. 295-318). Novo Hamburgo: Sinopsys.
Cardoso, B. L. A., & Del Prette, Z. A. P. (2017). Habilidades sociais conjugais: uma revisão da literatura brasileira. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 17(2).
Sardinha, A., Falcone, E. M. O., & Ferreira, M. C. (2009). As relações entre a satisfação conjugal e as habilidades sociais percebidas no cônjuge. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 25(3), 395–402.
Villa, M. B., & Del Prette, Z. A. P. (2013) Marital satisfaction: The role of social skills of husbands and wives. Paidéia, 23(56), 379-388.
Villa, M. B., Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (2007). Habilidades sociais conjugais e filiação religiosa: um estudo descritivo. Psicologia em Estudo (Maringá), 12(1), 23-32.
Qualquer dúvida, sigo a disposição!
Pode ficar a vontade para entrar em contato por instagram: @brunocardos1 ou e-mail: [email protected]
Geralmente, posto sobre estas temáticas e eventos relacionados.
Um abraço.
Roberta Olivério-Naegeli
Olá, Bruno! Quero parabenizar o trabalho de vocês. Este é um tema bastante relevante! Se for possível, você poderia comentar um pouco sobre caminhos para intervenções considerando este aspecto em relacionamentos heterossexuais? Agradeço.
Bruno Luiz Avelino Cardoso
Muito obrigado, Roberta!
Que bom que gostou do trabalho! Realmente, é uma temática bem necessária, para pensarmos intervenções personalizadas - conforme é a proposta da TCC. Na minha tese, há dois estudos que descrevo sobre aspectos culturais e faço alguns encaminhamentos para intervenção. Como o trabalho ainda não está publicado, vou te dar alguns spoilers, por aqui rsrs:
1. Adotar uma linguagem adequada a população que você está atendendo;
2. Não tentar adequar casais não-heterossexuais aos relacionamentos heterossexuais (p. ex. quando o terapeuta só utiliza exemplos de casais heterossexuais para os casais não-heterossexuais);
3. Não reproduzir microagressões no atendimento com o casal (isso pode acontecer mesmo sem o terapeuta se perceber. Por isso, estudar e assumir uma postura também de aprendizagem com aquele casal é fundamental);
4. Estudar sobre estresse de minoria e entender como que este fenômeno afeta na vivência desses casais - tanto em nível pessoal como conjugal.
Segue abaixo uma referência de livro bem legal pra começar a estudar sobre esta temática:
J. E. Pachankis & S. A. Safren (2019). (Eds.). Handbook of evidence-based mental health practice with sexual and gender minorities (pp. 3-22). New York: Oxford University Press.
Qualquer dúvida, sigo a disposição!
Pode ficar a vontade para contatar por instagram: @brunocardos1 ou e-mail: [email protected]
Um abraço,
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Bruno Luiz Avelino Cardoso
Oi, Mariana!
Obrigado pelo seu feedback. Realmente, é uma variável que precisamos levar em consideração tanto como clínicos, como pesquisadores. Sobre a sua pergunta: no eixo vertical, são as pontuações em escala likert do IHSC (que podem ser de 0 a 4) e, na horizontal, são os itens do inventário.
Um abraço.