MULHERES MUÇULMANAS EM FOZ DO IGUAÇU: PRECONCEITO E SEUS EFEITOS

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Detalhes
  • Tipo de apresentação: Simpósio Temático
  • Eixo temático: ST36 - ENUNCIAÇÃO, CORPORALIDADE E NOVAS MODALIDADES DE PROTESTO
  • Palavras chaves: ANÁLISE DO DISCURSO; mulheres muçulmanas; luta ideológica;

Autoras(es):

  • 1 Universidade Estadual de Campinas

MULHERES MUÇULMANAS EM FOZ DO IGUAÇU: PRECONCEITO E SEUS EFEITOS

Fernanda Pereira

Universidade Estadual de Campinas

Resumo

Motivado por uma leitura de Butler (2001, 2016), sobre performatividade e corpos abjetos, e uma leitura de Barbosa (2017) sobre a performance islâmica, este trabalho visa compreender, a partir de uma perspectiva da Análise de Discurso Materialista (AD), como a grande mídia e as instituições religiosas (neste caso a islâmica), cujos funcionamentos discursivos e ideológicos são interpretados por nós a partir da noção de aparelhos ideológicos de Estado (AIEs) produzem o tempo e constroem/modificam espaços nos quais os corpos circulam e produzem sentidos, constituindo-se como sujeitos. A partir de duas entrevistas realizadas com mulheres de ascendência árabe-muçulmana, residentes na cidade de Foz do Iguaçu/PR, buscamos pensar como estes corpos, ao circularem pelos espaços (físicos/virtuais) são reconhecidos/lidos como corpos abjetos, perturbando a matriz de sentidos, se inscrevendo/reinscrevendo em discursividades que os significam.  

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Autor

Fernanda Pereira

Profe Ana Josefina, muito obrigada pelo teu comentário, muito querida! Sobre as questões que você colocou, acredito que sim, que podemos pensar em termos de uma escrita de si, mas ainda tenho que desenvolver isso no trabalho. O que vc colocou sobre a performatividade e o tempo também é muito interessante, eu não tinha pensado dessa forma. Mas lendo o teu comentário, lembrei de uma outra entrevista, em que a participante coloca justamente isso que você falou. Ela, mesmo estando em um país muçulmano, em que a mesquita marcava o tempo para as orações, ela acabava não praticando, não performativizando. Ela me disse que isso é comum entre as mulheres, porque no período da menstruação não é permitido rezar, então muitas acabam perdendo o "ritmo", ou seja a prática! É bem interessante pensar isso sim, muito obrigada!

 

Até!

 

Ana Josefina Ferrari

Oi Fernanda, pois é, eu pensei a partir da relação que estabeleci com uma família muçulmana na África do Sul. Morei dois meses com eles e foi uma experiência realmente enriquecedora. Mas também pensei em outras práticas religiosas, afro brasileiras, nas quais, por exemplo essa questão da menstruação ,,as impossibilita de realizar muitas atividades. 

Agora, pensando em essa questão de perder o ritmo, veja como a condição de ser mulher não dialoga com a prática religiosa, ou melhor, ela dialoga a modo de intervir, onde o corpo é empecilho, um corpo menstruante, um corpo que "suja" um corpo que por esse motivo está sempre em um aquém....vc não acha?

Autor

Fernanda Pereira

Forte isso, gostei de pensar esse corpo como empecilho. E de como esse espaço se constrói já excluindo esse corpo né?

Muito obrigada profe, adorei as questões que vc colocou! Um abraço!