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MULHERES MUÇULMANAS EM FOZ DO IGUAÇU: PRECONCEITO E SEUS EFEITOS
Fernanda Pereira
Universidade Estadual de Campinas
Agora você poderia compartilhar comigo suas dúvidas, observações e parabenizações
Crie um tópicoMotivado por uma leitura de Butler (2001, 2016), sobre performatividade e corpos abjetos, e uma leitura de Barbosa (2017) sobre a performance islâmica, este trabalho visa compreender, a partir de uma perspectiva da Análise de Discurso Materialista (AD), como a grande mídia e as instituições religiosas (neste caso a islâmica), cujos funcionamentos discursivos e ideológicos são interpretados por nós a partir da noção de aparelhos ideológicos de Estado (AIEs) produzem o tempo e constroem/modificam espaços nos quais os corpos circulam e produzem sentidos, constituindo-se como sujeitos. A partir de duas entrevistas realizadas com mulheres de ascendência árabe-muçulmana, residentes na cidade de Foz do Iguaçu/PR, buscamos pensar como estes corpos, ao circularem pelos espaços (físicos/virtuais) são reconhecidos/lidos como corpos abjetos, perturbando a matriz de sentidos, se inscrevendo/reinscrevendo em discursividades que os significam.
Ana Josefina Ferrari
Oi Fernanda, tua apresentação está com o volume muito baixo e só consigo ouvir com fones de ouvido, depois revisa isso.
Achei super interessante tua apresentação.
A marca no corpo pode ser pensada como uma escrita de si em si?
Acho que poderíamos pensar a performatividade é marcada pelo tempo, concordo, mas também é marcada pela prática, o tempo pode passar porém a prática não se realizar, o prática no tempo é o que marca uma modificação da posição desse sujeito em esse espaço. O que você acha? Gostaria que você fale mais um pouco a respeito disso.
Parabéns pelo trabalho! adorei ele. Não respondi a enquete final, mas saiba que sigo teu trabalho faz um tempo e gosto muito dele.
Afetuosamente,
Ana Josefina
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Fernanda Pereira
Profe Ana Josefina, muito obrigada pelo teu comentário, muito querida! Sobre as questões que você colocou, acredito que sim, que podemos pensar em termos de uma escrita de si, mas ainda tenho que desenvolver isso no trabalho. O que vc colocou sobre a performatividade e o tempo também é muito interessante, eu não tinha pensado dessa forma. Mas lendo o teu comentário, lembrei de uma outra entrevista, em que a participante coloca justamente isso que você falou. Ela, mesmo estando em um país muçulmano, em que a mesquita marcava o tempo para as orações, ela acabava não praticando, não performativizando. Ela me disse que isso é comum entre as mulheres, porque no período da menstruação não é permitido rezar, então muitas acabam perdendo o "ritmo", ou seja a prática! É bem interessante pensar isso sim, muito obrigada!
Até!
Ana Josefina Ferrari
Oi Fernanda, pois é, eu pensei a partir da relação que estabeleci com uma família muçulmana na África do Sul. Morei dois meses com eles e foi uma experiência realmente enriquecedora. Mas também pensei em outras práticas religiosas, afro brasileiras, nas quais, por exemplo essa questão da menstruação ,,as impossibilita de realizar muitas atividades.
Agora, pensando em essa questão de perder o ritmo, veja como a condição de ser mulher não dialoga com a prática religiosa, ou melhor, ela dialoga a modo de intervir, onde o corpo é empecilho, um corpo menstruante, um corpo que "suja" um corpo que por esse motivo está sempre em um aquém....vc não acha?
Fernanda Pereira
Forte isso, gostei de pensar esse corpo como empecilho. E de como esse espaço se constrói já excluindo esse corpo né?
Muito obrigada profe, adorei as questões que vc colocou! Um abraço!