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INFLUÊNCIA DO TEMPO DE PERMANÊNCIA DO PACIENTE NA EMERGÊNCIA NA OCORRÊNCIA DE EVENTOS ADVERSOS: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA

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Introdução: A superlotação dos serviços de emergência é um problema cada vez mais recorrente, acarretando em ameaça à cultura de segurança do paciente. Estudos mostram que esta superlotação está associada à falta de leitos de internação acarretando em prolongado tempo de permanência dos pacientes no Pronto Socorro. Neste contexto, questiona-se: há influência do tempo de permanência do paciente no setor de emergência na ocorrência de eventos adversos? Consulta realizada nas bases Joanna Briggs Institute (JBI) e Cochrane Library permitiu identificar que não existem revisões de literatura que respondam tal questionamento, reforçando a importância desta investigação. Objetivo: Identificar as evidências na literatura sobre a influência do tempo de permanência de pacientes na emergência na ocorrência de eventos adversos. Método: Revisão sistemática realizada nas bases de dados LILACS, SciELO, MEDLINE, CINAHL, Embase e Cochrane. Os critérios de inclusão utilizados foram estudos publicados na íntegra nos idiomas inglês, espanhol ou português e que abordavam tempo de permanência de pacientes adultos e/ou idosos na unidade de emergência e ocorrência de eventos adversos. Editoriais, comentários, cartas ao editor, teses e dissertações foram excluídos da amostra. Não houve limite para o ano de publicação dos estudos. Para avaliar a qualidade metodológica das pesquisas, foi aplicado o instrumento desenvolvido pelo JBI, chamado JBI Critical Appraisal Checklist for Cohort and Analytical Cross Sectional Studies. Os dados foram apresentados de forma descritiva e, devido à heterogeneidade da metodologia das pesquisas, não foi possível proceder à meta-análise. Resultados: Dos 1.812 estudos identificados na busca inicial, dez foram incluídos nesta revisão. As investigações foram publicadas entre 2007 e 2013, sendo que a maioria (60,0%) foi realizada na Europa e América do Norte. Todos os estudos foram observacionais, com maior percentual de retrospectivos (80,0%) e do tipo coorte (70,0%). O critério estabelecido para determinar a prolongada estadia na emergência foi heterogêneo entre as pesquisas, variando de duas a oito horas. Um total de sete estudos (70,0%) identificou que houve influência do tempo de permanência do paciente na emergência na ocorrência dos seguintes eventos adversos: erros de medicação e de procedimentos, recorrência de infarto agudo do miocárdio, desfecho insatisfatório após acidente vascular encefálico e mortalidade. Conclusões: Os achados desta revisão indicam que existe influência do tempo de permanência dos pacientes no setor de emergência na ocorrência de eventos adversos e reforçam a importância de ações que minimizem este tempo, otimizando a segurança da assistência prestada. Os resultados ressaltam ainda a necessidade da realização de pesquisas sobre o tema no contexto brasileiro e da padronização do tempo limite máximo considerado como ideal para a permanência dos pacientes no setor de emergência.