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O uso abusivo do celular na perspectiva da fenomenologia mundana de Merleau-Ponty

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Este trabalho tem o objetivo de refletir sobre o uso abusivo do telefone celular na sociedade contemporânea ocidental, através da lente fenomenológica mundana do filósofo francês Maurice
Merleau-Ponty, e discutir como as mudanças culturais constituem o adoecimento dos indivíduos, gerando novas patologias. Na perspectiva merleau-pontyana, assim como homem e mundo estão entrelaçados, sujeito e cultura também são construídos mutuamente no movimento existencial. A partir de uma revisão bibliográfica, será abordado o conceito de nomofobia, que surgiu na Inglaterra em 2008 com a expressão no-mobile, cujo significado é “sem celular”. A nomofobia nasceu devido a mudanças proporcionadas pela chamada revolução das tecnologias da informação e da comunicação. Hoje, a palavra é utilizada para designar a angústia causada no sujeito pelo medo de ficar offline, ou seja, sem comunicação por intermédio do celular, do computador ou da Internet.
Considerada um transtorno da atual sociedade, a nomofobia pode alterar os hábitos pessoais e produzir mudanças comportamentais, sociais e familiares com prejuízo na qualidade de vida dos indivíduos. Entre os principais sintomas estão angústia, ansiedade, nervosismo, taquicardia,
tremores, suor excessivo e alterações na respiração, observados também em pacientes que fazem uso abusivo de álcool ou drogas. A dependência patológica do celular causa ainda problemas físicos, como má postura, lesões por esforço repetitivo e dores no corpo.