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Avaliação das Experiências Anômalas do Self (EASE) em paciente atendido no Ambulatório de Psiquiatria da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP): um relato de caso

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INTRODUÇÃO A Avaliação das Experiências Anômalas de Si (EASE) foi elaborada a partir das auto-descrições de pacientes portadores de transtorno do espectro esquizofrênico. Trata-se de uma escala de orientação fenomenológica que visa à avaliação das alterações da experiência subjetiva em seu nível mais elementar – também consideradas como alterações da autoconsciência (self-awareness). O propósito da EASE é predominantemente qualitativo e, embora não se recomende seu uso como ferramenta diagnóstica única, a escala tem grande relevância para a descrição e diagnóstico diferencial dos transtornos do espectro esquizofrênico – uma vez que estudos mostram que os transtornos do self constituem aspectos importantes na esquizofrenia e esquizotipia e ajudam a distinguir, por exemplo, a esquizofrenia residual e o transtorno psicótico bipolar em remissão. OBJETIVOS E MÉTODO Avaliação das experiências anômalas do self, por meio da EASE, em paciente acompanhado no serviço de psiquiatria da Universidade Estadual de Campinas. (UNICAMP). RELATO DE CASO Apresenta-se o caso de um paciente do sexo masculino, de 16 anos de idade, que há dois anos passou a relatar alucinações visuais complexas, além de manifestações referidas como sensação de perda de controle sobre seus membros, assim como a impressão de não pertencer ao próprio corpo e muitas vezes estranhar o ambiente que o cerca. Nota-se, então, a presença de alterações em diversos domínios analisados pela EASE, tais como despersonalizações, desrealização, redução do sentido de si básico, discordância entre a expressão pretendida e a expressa, ansiedade ontológica, estranhamento corporal, humor de passividade dentre outros. CONCLUSÃO Os dados obtidos da escala propiciaram melhor compreensão psicopatológica do caso e contribuíram para o manejo terapêutico clínico-psiquiátrico adequado.