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A representação social do usuário de drogas pelo seus familiares

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A temática na área de drogas é transpassada por uma política reducionista que faz uma ontologização da droga, reduzindo o fenômeno do uso droga a própria droga. O uso de drogas é relacional, o uso se dá na relação sujeito e contexto. Para a regulação social da sociedade são adotados mecanismos de poder e controle e há uma ênfase em que as drogas são as vilãs, causadoras dos graves problemas sociais e de saúde, acarretando uma visão negativa do consumo de drogas e enfatizando a patologia do uso. A visão psicopatologizante do uso da droga dá ênfase a acreditar que os usuários de drogas possuem um desvio de caráter, falha nos valores morais ou alguns transtornos, sem compreender a visão ampliada do sofrimento psíquico dos usuários. Os usuários de drogas são percebidos pelos seus familiares como sujeitos que transgridem a ordem social e precisam ser distanciados dos espaços sociais de convivência. Assim, ainda hoje, no imaginário dos familiares dos usuários de drogas, os cuidados propostos aos usuários de drogas são baseados em modelos punitivos de tratamento, em que é necessário “excluir”, isolar, internar para que o sujeito “se livre” das drogas.