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O curso de férias e a formação do professor primário na Bahia em 1927: orientações para o ensino de matemática

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Até as duas primeiras décadas do século XX a Bahia contava apenas com o Instituto Normal da Capital para formação do professorado baiano. Como muitos professores formados não dispunham-se ao exercício da profissão no interior do Estado: a docência no interior era exercida em grande maioria por professores leigos sem formação profissional. É para esta realidade educacional que a Lei nº 1846 institui os Cursos de Férias para professores da capital e do interior da Bahia. O presente artigo analisa as propostas para o ensino de matemática constantes nas conferências ministradas no Curso de Férias do ano de 1927. Importa-nos interrogar sobre suas implicações para escola primária na Bahia. Constituíram-se em fontes para produção das análises: a Lei 1846, de 14 de agosto de 1925, o Decreto nº 4312, de 30 de dezembro de 1925, além da edição especial da Revista de Ensino do ano de 1927. Como pressupostos teórico-metodológicos adota-se os trabalhos de Chervel (1990) segundo o qual as instituições cumprem papel fundamental na “inculcação” e disseminação de representações da realidade e Chartier(1990) que atribui ao professor papel fundamental na reinvenção das finalidades pedagógicas oficiais. O artigo aponta para o fato de que a analise das determinações oficiais para o ensino de matemática e geometria constantes do Curso de Férias, contribui para compreender as nuanças do processo de constituição escolar dessas disciplinas.