PROJETO CIDADE AMBIENTE
A agenda urbana é uma questão urgente e uma motivação para os diversos atores que produzem e refletem a respeito das cidades, metrópoles e para a produção de conhecimento sobre os processos de criação mediados pelo projeto, entendendo-o como representação de um mundo em processo – um Design abrangente, que articulando razão e emoção, poética, ciência e técnica, pode transformar e preservar nosso ambiente. Esta abordagem convida a indagar como enfrentar essa agenda, como realidade passível de conhecimento e intermediação pelo projeto.
No dizer de Bruce Mau (2020), os maiores aprendizados em meio à complexa relação de representação do mundo, incluem uma visão humanista que se estende do indivíduo à vida, ampliando essas dimensões ao ambiente que habitamos. Nessa nova condição, o projeto é uma estratégia de ação abrangente, em um meio sociotécnico em constante mudança. Um dispositivo para resgatar a complexidade, própria ao século XXI, produzida em territórios marcados pela fragmentação, especialização, desigualdades e contradições globais (CARVALHO, 2021).
O diálogo e interação entre instituições, profissionais, sociedade civil e academia, bem como de atores que vivenciam e investigam as problemáticas sobre o mundo urbano, e de como este pode melhorar quando é mediado pelo projeto (pelo Design, em sentido amplo), são condições fundamentais ao avanço de uma visão crítica dos campos de conhecimento que reúnem espaço, processo criativo e projeto.
A atuação do Arquiteto e Urbanista e do Designer revela-se frente a um território desigual e heterogêneo em termos de oportunidades, ao revelar descompassos entre periferias e novas centralidades, centros históricos, cidade formal e informal, bordas e limites diversos, bem como expõe sucessos e flagrantes conflitos presentes em soluções nascidas da atividade projetual ou insurgentes, institucionalizadas ou emersas de processos socioespaciais. A financeirização econômica, manifesta em várias escalas e na produção material de uma cidade fragmentada e excludente se expressa nos domínios, urbano, periurbano e rururbano, relacionando-se à circulação desigual de bens e serviços, informações e tecnologias, reafirmando a urgência de se planejar e desenhar em benefício do ambiente e da vida (DURÁN, 2004).
Um questionamento do papel da pesquisa em Arquitetura, Urbanismo e Design na iminência de tornarmos a qualidade de vida melhor e possível, é uma ação relevante para o enfrentamento das necessidades que o curso do planeta e das cidades nos impõem, como marcas da incerteza social, econômica e programática dos atuais tempos.
Referências
CARVALHO, Edgard de Assis. Edgar Morin: Complexidade no século XXI. Porto Alegre: Sulina, 2021.
DURÁN, Francisco Entrena. Los límites difusos de los territorios periurbanos: una propuesta metodológica para el análisis de su situación socioeconómica y procesos de cambio. Sociologias [online]. 2004, n. 11 [Acesso em: 20 junho 2022], pp. 28-63. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1517-45222004000100004
MAU, Bruce. MC24. Bruce Maus’ 24 principles for Designing. Massive change in your life and work. Londres: Phaidon, 2020.
MORIN, Edgard. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Rio de Janeiro: Cortez, 2ª. ed, 2018.
EIXOS TEMÁTICOS
1. Arquitetura e Urbanismo: Teoria, história e crítica: relações entre o edificado e o meio ambiente
Este eixo inclui revisões historiográficas, novas condições da crítica, abordagens que contemplem as interações historicamente constituídas entre concepções arquitetônicas e meio ambiente.
2. Arquitetura e Urbanismo: Metrópole contemporânea e meio ambiente: escalas, dinâmicas, planos e projetos
Este eixo contempla abordagens e questionamentos sobre o fenômeno metropolitano, a partir de planos, projetos e legislação que se interponham ou que contemplem as interações entre as diversas escalas da produção arquitetônica e urbanística, o meio construído, e o meio natural e que possibilitem novas abordagens e propostas que alinhadas às demandas e urgências dos tempos atuais.
3.Arquitetura e Urbanismo: Projeto de Arquitetura e Urbanismo: métodos, processos e tecnologias em contexto de sustentabilidade.
Este eixo abre espaço para debates em que se discute o estado da arte de métodos, metodologias, processos de gerenciamento de projetos e obras, bem como sua utilização na busca da sustententabilidade do fazer arquitetônico.
4.Arquitetura e Urbanismo: Meio ambiente: desenvolvimento e inovação tecnológica no enfrentamento às mudanças climáticas
Este eixo contempla trabalhos que promovam e ampliem o debate sobre o uso de novos materiais e tecnologias e seu uso consciente, bem como trabalhos que busquem reinterpretações de usos tradicionais à luz da atual problemática ambiental.
5. Design: Teoria, história e sociedade
Este eixo contempla questões do campo do design relacionadas a compreensão e interpretação histórica e/ou teórica, que dizem respeito à cultura, à crítica e ao papel do design na sociedade.
6. Design: práticas, ferramentas e metodologias projetuais
Este eixo promove e amplia o debate de processos projetuais e metodologias do design frente aos desafios do ensino e da prática profissional, imersos na complexidade e diversidade do contexto contemporâneo.
7. Design: negócios e inovação
Este eixo contempla trabalhos que investigam modelagem de negócios, estratégias e serviços por meio do design, bem como aqueles vinculados à responsabilidade socioambiental e orientados por ações criativas e colaborativas.
A Comissão Organizadora
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