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Uma experiência potente de formação para a docência

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A proposta é narrar a experiência do Curso de Formação de Alfabetizadoras via Cartas – CformA, realizado por meio de uma correspondência de aproximadamente seis meses entre a formadora que idealizou o projeto, as professoras alfabetizadoras inscritas e seus respectivos parceiros, que são interlocutores locais escolhidos por elas. O CformA objetiva aprofundar o conhecimento didático relacionado à alfabetização e os destinatários são professores que optaram por alfabetizar as crianças pela leitura e escrita de textos, e não pelo treino de sons e sílabas. As cartas são o material central do curso, complementadas por leituras de aprofundamento e vídeos gravados pela formadora para desenvolver alguns temas que, no percurso, mostram-se relevantes. O curso acontece a distância e conta com professoras de diferentes lugares do país, que trabalham em diversos tipos de escola e contextos. A metodologia se orienta por quatro pressupostos centrais: a dimensão pessoal e profissional são indissociáveis; as perguntas dos sujeitos em formação são reveladoras do conhecimento que eles possuem e que ainda precisam adquirir; as possibilidades e necessidades de aprendizagem dos participantes de um grupo de formação são o que definem os conteúdos e as abordagens; a relação entre o formador e os profissionais deve ser intencionalmente dialógica. A correspondência é composta de cartas coletivas escritas pela formadora – e, por vezes, individuais, a depender do grau de especificidade das questões apresentadas pelas professoras – e por respostas escritas pelas professoras depois de dialogarem com seus parceiros. Os efeitos desse movimento dialógico de interlocução pela escrita de cartas, considerando os sujeitos reais que compõem o grupo, as perguntas que fazem e as necessidades que evidenciam têm se revelado muito potentes, segundo a avaliação dos próprios participantes. Este registro, também na forma de carta, é uma breve narrativa desse processo.