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VIÉS DE GÊNERO NAS PRÁTICAS DE BUSCA POR CUIDADO EM 57 PAÍSES DE BAIXA E MÉDIA RENDA

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Objetivo: Investigar se práticas de busca por cuidado médico para doenças comuns variaram de acordo com o sexo da criança. Métodos: Utilizou-se dados de Pesquisas de Demografia e de Saúde de 57 países de baixa e média renda. O desfecho foi um indicador composto representando a proporção de crianças com sintomas/doenças comuns na infância (diarreia, febre ou pneumonia) levadas a um profissional de saúde adequado. Os resultados foram estratificados por sexo e por quintis de riqueza. Foram realizadas análises ecológicas para avaliar se a razão de sexo variou de acordo com a região do mundo, religião, renda nacional e sua distribuição e índices de desigualdade de gênero. Modelos de regressão multinível foram utilizados para estimar tendências temporais entre 1994 e 2014. Resultados: Oito países apresentaram diferenças significativas; em seis, as meninas eram menos propensas a receber cuidados (Colômbia, Egito, Índia, Libéria, Senegal e Iêmen). Sete países apresentaram interações significativas entre sexo e quintil de riqueza, mas os padrões variaram de país para país. Menor busca por cuidado para as meninas foi mais comum em países com maior concentração de renda (p=0,039) e maior população muçulmana (p=0,006). A cobertura aumentou 0,95 pontos percentuais (pp) por ano entre as meninas (32,9% para 51,9%) e 0,91 pp (34,8% a 52,9%) entre os meninos entre 1994 e 2014. Conclusão: São poucos os países onde se observa viés de gênero na busca de serviços de saúde. Nos países onde se observou viés, é importante promover políticas para assegurar o uso de serviços para meninas.