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TRABALHO INFORMAL DOMICILIAR E SAÚDE DO TRABALHADOR EM UMA ÁREA DE SALVADOR

Favoritar este trabalho

Objetivos – Descrever exposições ocupacionais em trabalhadores informais com atividades domiciliares, AED, que residem no Distrito Sanitário da Liberdade em áreas cobertas por programas de Atenção Básica em Saúde, ABS. Métodos – Este estudo transversal foi conduzido com todos os trabalhadores em AED identificados no cadastro domiciliar da ABS. A coleta de dados foi realizada por equipe treinada que acompanhava visitas dos agentes comunitários de saúde, que assim eram capacitados para observar aspectos do trabalho relevantes para a saúde. Questionários e lista de verificação de agentes de risco foram empregados em tabuletas eletrônicas com aplicativo ODK Collect. Mensurações de ruído e formaldeído no ar foram realizadas em dez salões de beleza. Resultados – Foram 468 trabalhadores que aceitaram participar. A maioria era mulheres (77,1%), de cor negra (92,5%), com 18 a 50 anos (54,7%) e nível médio de escolaridade (65,4%). As principais atividades foram comércio varejista (35,3%), produção/venda de alimentos (25,8%) e serviços pessoais de beleza (17,1%). A maioria trabalhava por conta própria (92,5%), todos os dias da semana (45%), com renda mensal até um salário mínimo (75,4%). O nível de ruído médio foi de 77 dB(A) em 19,6h de medição. Detectou-se presença de formaldeído no ar em cinco salões de beleza. Conclusões – Os achados deste estudo sinalizam que os trabalhadores informais domiciliares são pessoas pobres, que trabalham por longas jornadas e fazem do negócio domiciliar uma alternativa de sobrevivência. A integração da saúde do trabalhador na ABS permite identificar, nesse contexto, situações de agravos à saúde e promover medidas de prevenção.