76483

TAXAS DE PARTOS CESAREOS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO: O USO DA CLASSIFICAÇÃO DE ROBSON

Favoritar este trabalho

Objetivo: Avaliar as taxas de cesáreas (CS) nos setores público e privado, usando a Classificação de Robson (CR). Metodologia: Estudo ecológico utilizando a base de dados do SINASC de 2015, do município de São Paulo (MSP). A CR foi recomendada pela OMS para monitorar e comparar taxas CS. Classifica todas as parturientes em um dentre os 10 grupos mutuamente exclusivos, baseado em 5 características: paridade, início do parto (espontâneo, induzido ou cesárea antes do início do trabalho de parto-TP), idade gestacional, apresentação fetal, número de fetos. A declaração de nascido vivo contém todas essas informações. Resultados: O SINASC em 2015 registrou 198.453 nascidos vivos em hospitais - 107.214 no SUS e 90.311 na rede privada. A taxa geral de CS foi 56,1% (34,2% SUS e 82,5% privados). Nos dois setores, a maioria (>55%) dos partos ocorreu nos grupos de gestantes a termo, com feto único e cefálico, sem CS anterior (Robson 1-4), havendo grande diferença nas taxas de CS nesses grupos: 21,9% (público) versus 75,4% (privado). As taxas de CS no setor privado foram 5,5 vezes maior que no SUS no grupo de multíparas sem CS anterior em TP espontâneo (Robson 3: 34,0% versus 6,20%) e 3 vezes maior nas nulíparas em TP espontâneo (Robson 1: 62,2% versus 20,8%). Conclusão: A Classificação de Robson permite analisar de forma mais objetiva e detalhada as grandes diferenças nas taxas de CS entre os setores público e privado. Essa análise é útil para a criação de estratégias mais efetivas para reduzir CS desnecessárias.