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SOLIDÃO DA MULHER IDOSA NEGRA? ANÁLISE DE FATORES DEMOGRÁFICOS, SOCIOECONÔMICOS E MODO DE VIDA DE IDOSAS DA CIDADE DE SÃO PAULO

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Pesquisadoras e pesquisadores da temática racial têm demonstrado em suas pesquisas que determinantes sociais influenciam a forma de ocorrência da mortalidade de homens negros, a escolaridade das mulheres negras e as relações afetivas. E pouco se sabe como esta condição ocorre no envelhecimento. Objetivo: Verificar a condição de morar sozinha em idosas da cidade de São Paulo, de acordo com os critérios étnico-raciais do IBGE. Método: Foram utilizados os dados demográficos, socioeconômicos e modo de vida da coorte (n=1263 idosos) de 2010 do Estudo Saúde e Bem-Estar e Envelhecimento (SABE) e, a partir dos resultados, realizou-se um modelo de regressão com a variável dependente “morar sozinha”. Resultados: Nas analises bivariadas considerando a categoria racial, as condições para idosas pretas e pardas foram piores se comparadas a condição das brancas. Morar sozinha esteve associada com idade avançada, não ter filhos, ser católica, possuir renda suficiente e não trabalhar. No modelo de regressão ajustado, as idosas pardas apresentaram uma razão de prevalência de 1,41 (1,0-1,98 IC95%) quando comparada com as idosas brancas. Conclusão: As condições socioeconômicas e modo de vida foram piores para idosas pretas e pardas e a “solidão” da idosa parda existe na cidade de São Paulo e tem relação com a idade avançada, ter filhos vivos e não ter criado outras relações sociais geracionais e intergeracionais ao longo da vida.