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Objetivo: descrever e analisar a sobrevida de pacientes diagnosticados com câncer de boca e orofaringe em São Paulo. Métodos: foram levantados dados sociodemográficos, comportamentais, sintomatológicos e de prognóstico, a partir de uma coorte de base hospitalar de pacientes incluídos no Projeto Gencapo, com diagnóstico de malignidade confirmado nas regiões de boca e orofaringe, que iniciaram o tratamento entre 2001 e 2009 em quatro centros de referência do Estado de São Paulo. O desfecho principal foi o tempo até o óbito por câncer de boca e orofaringe em cinco anos. Calculou-se a probabilidade acumulada de sobrevida em cinco anos pelo método de Kaplan-Meyer e a diferença entre as curvas de sobrevida pelo teste de log-rank. Resultados: a linha base foi composta por 1154 pacientes. Foram registrados 677 óbitos, e uma probabilidade de sobrevida específica acumulada em cinco anos de 42,37%. Observou-se menor sobrevida entre indivíduos do sexo masculino (33.44%), com até o primário completo (33.18%), que consumiram álcool (30.65%) até um ano antes da entrevista e que apresentaram como sintomas disfagia (32.07%), otalgia (27.97%) e dor ao deglutir (31.85%). Em relação ao prognóstico, pacientes com tumores T3 e T4 (25.51%), com localização posterior (31.35%) e com comprometimento de linfonodos (25.11%) tiveram menor sobrevida. Conclusão: Esses dados sublinham a importância do monitoramento contínuo do perfil de sobrevivência desses pacientes, para permitir o direcionamento de ações e recursos de saúde aos grupos de pacientes mais afetados.