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SANEAMENTO E DESIGUALDADE EM ÁREA URBANA: ANÁLISE COM FOCO NOS INDÍGENAS DE 0 A 5 ANOS

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Objetivo: O estudo visou analisar a presença de serviços de saneamento básico em domicílios urbanos com ao menos uma criança de até 5 anos de idade, contrastando os perfis de indígenas e não indígenas no Brasil. Método: Foi conduzido estudo transversal com base nos dados do Censo Demográfico 2010, calculando-se as prevalências de domicílios com presença de saneamento básico (Abastecimento de Água, Esgotamento Sanitário e Coleta de Lixo). Através de modelos de regressão logística múltipla foram estimadas (por meio de razões de chance) as associações entre cor/raça (da criança; em domicílios com mais de uma criança de até 5 anos, foi realizada uma seleção aleatória para definição da cor/raça do domicílio) e presença dos serviços analisados. Foram consideradas as áreas urbanas e Regiões Metropolitanas (RM´s), estratificadas segundo Grandes Regiões, com nível de significância de 5%. Resultados: As menores prevalências foram encontradas para o Esgotamento Sanitário e, em geral, para os indígenas. Nas áreas urbanas das Grandes Regiões, as regressões apontaram que, em 29 comparações (48,3%), os domicílios com crianças indígenas se apresentaram em desvantagem em relação aos demais grupos de cor/raça. No Sul do país, todas as comparações foram mais desfavoráveis para os indígenas. Nas RM´s das Grandes Regiões, os indígenas estiveram em desvantagem em 15 (25,0%) comparações, a maior parte (n = 13) no Sul. Conclusão: As análises desenvolvidas indicaram a existência de desigualdades relacionadas à presença de saneamento básico nos domicílios com presença de ao menos uma criança de até cinco anos segundo cor/raça, em geral com os indígenas em pior situação, principalmente no Sul do país.