76678

SANEAMENTO BÁSICO E SAÚDE AUTOAVALIADA NAS CAPITAIS BRASILEIRAS: UMA ANÁLISE MULTINÍVEL.

Favoritar este trabalho

Objetivo: Analisar a associação entre os determinantes contextuais relacionados ao saneamento básico e a autoavaliação de saúde nas capitais brasileiras. Métodos: Foram analisados 27.017 adultos (≥ 18 anos) residentes nas 27 capitais brasileiras em 2013, utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). Foram utilizados modelos multiníveis logísticos Bayesianos para analisar a associação entre a autoavaliação de saúde e a cobertura dos serviços de saneamento básico (rede de esgoto, abastecimento de água e coleta de lixo), controlando por fatores individuais (primeiro nível do modelo) e características socioeconômicas (renda per capita e desigualdade de renda) da cidade de residência (segundo nível). Resultados: A maior cobertura de serviços de saneamento básico esteve consistentemente associada a uma melhor percepção da saúde, mesmo após o controle pelas características individuais e contextuais. No nível individual, idade mais avançada, baixa escolaridade, viver sem companheiro e a presença comorbidades apresentaram associação significativa com autoavaliação de saúde ruim. No nível contextual, foi observada uma menor chance de autoavaliação ruim de saúde entre indivíduos que viviam em capitais com média (OR=0,59; IC95%=0,54–0,63) e alta (OR=0,86; IC95%= 0,78–0,94) cobertura da rede de coleta de esgoto; média (OR=0,67; IC95%=0,60–0,75) e alta (OR=0,85; IC95%=0,77–0,94) cobertura de serviço de abastecimento de água; e média (OR=0,75; IC95%=0,68–0,82) proporção de coleta de lixo. Conclusão: A associação positiva entre melhores condições de saneamento básico e a autoavaliação da saúde, independentemente das condições socioeconômicas do local de residência, confirma a necessidade de considerar o saneamento básico na elaboração de políticas de saúde.