74062

PREVALÊNCIA DE TRANSTORNOS MENTAIS NA TRANSIÇÃO DA ADOLESCÊNCIA PARA A IDADE ADULTA

Favoritar este trabalho

Objetivo: Avaliar a prevalência e os fatores associados aos transtornos mentais na transição da adolescência para a idade adulta. Métodos: A prevalência de transtornos mentais foi avaliada aos 18 e 22 anos nos jovens pertencentes à Coorte de Nascimentos de 1993, de Pelotas-RS, por meio do Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI). Foram analisados os seguintes transtornos: episódio depressivo maior, bipolar, ansiedade generalizada, déficit de atenção e hiperatividade, ansiedade social, estresse pós-traumático e personalidade antissocial. Regressão logística foi utilizada para avaliar o efeito dos fatores sociodemográficos ao nascimento (sexo, cor da pele, renda familiar ao nascimento, escolaridade e situação marital materna) e da saúde mental materna (transtorno mental comum) sobre a prevalência acumulada (18 e/ou 22 anos) de transtornos mentais. Resultados: Cerca de 32% dos participantes apresentou pelo menos um transtorno mental no período de transição da adolescência para a fase adulta. Os transtornos mais prevalentes foram os de ansiedade generalizada (17,5%), ansiedade social (12,0%) e déficit de atenção e hiperatividade (8,3%). A ocorrência de transtornos mentais foi mais elevada em mulheres, indivíduos de cor da pele preta/parda, pertencentes ao menor tercil de renda, filhos de mães de baixa escolaridade, que não viviam com o companheiro e que apresentavam transtornos mentais comuns. Conclusão: Os resultados mostram desigualdades de sexo e sociais, presentes desde o nascimento, sobre a ocorrência de transtornos mentais ao longo da vida. Intervenções precoces com foco nestes determinantes sociais são necessárias para melhorar a saúde mental da população e reduzir as consequências ocasionadas por estes transtornos mentais.