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Objetivo: Avaliar a associação de padrões alimentares com as frações lipídicas séricas aos 18 anos. Métodos: Análise transversal de 3.616 adolescentes aos 18 anos pertencentes à coorte de nascimentos de 1993 de Pelotas. Questionário semi-quantitativo de frequência alimentar foi administrado aos 18 anos e quatro padrões alimentares foram identificados segundo a análise de componentes principais: "carnes e lanches", "frutas e legumes", "doces, refrigerantes e laticínios" e "comum brasileiro". Triglicerídeos, colesterol total e frações foram determinados usando o método colorimétrico enzimático. O efeito independente do escore de adesão (em tercis) de padrão alimentar em cada fração lipídica foi testado com modelos de regressão linear brutos e ajustados, estratificados por sexo. Os triglicerídeos foram analisados com transformação logarítmica devido à distribuição assimétrica. Resultados: Nas análises ajustadas, a maior adesão ao padrão de "carnes e lanches" foi negativamente associado ao HDL-colesterol (β = -1.75, IC 95%: -3.21; -0.28) e a maior adesão ao padrão "doces, refrigerantes e laticínios" foi positivamente associado ao colesterol total em meninas (β = 4,55, IC 95% 0,36; 8,75). Em ambos os sexos, a maior adesão ao padrão "comum brasileiro" foi associada negativamente ao colesterol total. Os demais padrões alimentares não foram associados com os lipídios séricos. Conclusões: Os padrões alimentares influenciam de forma diferente o perfil lipídico entre meninas e meninos aos 18 anos de idade. A maior adesão ao padrão "comum brasileiro" foi associada a menor concentração de colesterol total em ambos os sexos.