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HABILIDADES CULINÁRIAS DOS PAIS DIMINUEM O CONSUMO INFANTIL DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS

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Objetivo: Analisar a influência das habilidades culinárias dos pais no consumo infantil de alimentos ultraprocessados. Método: Estudo transversal com 657 pares crianças-pais de nove escolas da Grande São Paulo. O consumo alimentar da criança foi avaliado por recordatório alimentar relativo ao jantar e os itens de consumo foram classificados segundo a classificacao NOVA. A habilidade culinária dos pais foi avaliada pelo Índice de Habilidades Culinárias - Brasil (IHC-Brasil), que varia de 0-100 pontos. Utilizou-se regressão linear para testar a associação entre habilidades culinárias dos pais e participação de alimentos ultraprocessados no consumo calórico total do jantar, ajustando-se para variáveis sociodemográficas. Resultados: A idade média dos pais era de 38,3 anos e a dos filhos de 7,8 anos. Os pais eram majoritariamente do sexo feminino, brancos, casados, com ensino superior incompleto ou mais, empregados e com renda familiar per capita de até R$1.000,00/mês. A pontuação média dos pais no IHC-Brasil foi 78,8 pontos (dp= 14,8). A média de energia consumida pelas crianças no jantar foi de 672,2kcal, sendo 31,3% proveniente de alimentos ultraprocessados. Evidenciou-se diminuição significativa do percentual de participação de alimentos ultraprocessados com o aumento das habilidades culinárias dos pais (β=-0,18 por quinto do IHC-Brasil; p=0,008), mantendo-se após ajuste (β=-0,16; p=0,020). Conclusão: Os achados deste estudo, pioneiro no Brasil, sugerem que habilidades culinárias dos pais protegem os filhos contra o consumo de alimentos ultraprocessados indicando a necessidade de revalorização da culinária na perspectiva da promoção da alimentação adequada e saudável.