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Objetivo: Descrever a evolução temporal da mortalidade por sequelas de Causas externas no Brasil, no período de 1996 a 2014. Métodos: Estudo do tipo ecológico, realizado a partir de dados provenientes do Sistema de Informação sobre Mortalidade. As variáveis analisadas foram: sexo, faixa etária, cor/raça, estado civil, escolaridade, local do óbito e o tipo de causas externas que originou a sequela. Para analise da evolução calculou-se os coeficientes de mortalidade por esta causa, que foram padronizados por faixa etária, utilizando-se o método direto e a população brasileira de 2010 como referência. Resultados: Verificou-se aumento no coeficiente de mortalidade por sequelas de causas externas no Brasil, que passou de 0,07/100.000 habitantes em 1996 para 0,25/100.000 habitantes em 2014, com crescimento de 212,5% no período investigado. Dos 5.791 óbitos identificados, a maior proporção era homens (69,8%), do grupo etário de 20 a 59 anos (51,9%), solteiros (39,7%), brancos (57,7%), com até 7 anos de estudos (48,9%) e residentes da região Sudeste (39,3%). Quanto à causa do óbito, 27,1% foram decorrentes de sequelas de algum tipo de violência (lesão autoprovocada intencionalmente ou agressão), sendo o hospital o principal local de ocorrência do óbito (64,2%). Conclusão: Constatou-se crescimento no coeficiente de mortalidade por sequelas de causas externas no Brasil, sendo os homens em idade economicamente ativa os mais acometidos. Estes achados demostram a necessidade no investimento em ações preventivas, de promoção e reabilitação da saúde, com vista a reduzir tanto a morbimortalidade por causas externas quanto pelas incapacidades e limitações advindas desses eventos.