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DESLOCAMENTO PROLONGADO PARA O TRABALHO ENTRE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO BRASIL

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Objetivo: analisar a prevalência de deslocamento prolongado para o trabalho entre professores da Educação Básica do Brasil e sua associação com características sociodemográficas e de trabalho. Métodos: dados do “Inquérito telefônico sobre a saúde, condições de trabalho e absenteísmo entre professores da educação básica do Brasil (EDUCATEL 2016; n=6.510)”, representativos dos professores de escolas públicas e privadas de todo o Brasil, foram utilizados. O deslocamento prolongado para o trabalho foi definido como aquele com duração de uma ou mais horas, identificado com base no relato dos entrevistados. Modelos de regressão logística foram empregados para análise da relação entre a duração e tipo de deslocamento habitual para o trabalho e características sociodemográficas e de trabalho. Resultados: 32,97% dos professores despendiam uma ou mais horas no deslocamento para o trabalho. Essa condição foi significativamente maior (p<0,05, modelos ajustados por variáveis sociodemográficas e características do trabalho) entre professores que se auto declararam de raça/cor negra (OR=1,22), que trabalhavam na região nordeste (OR=1,48) ou sudeste (OR=1,69), em área rural (OR=1,70) ou que possuíam vínculo com rede privada (OR=1,83). Por outro lado, foram identificadas como fatores de proteção possuir idade entre 35-44 anos (OR=0,81) ou 45-54 anos (OR=0,77) e lecionar em escola privada. Conclusão: O tempo despendido com o deslocamento para o trabalho exerce importante influência na qualidade de vida e saúde na medida em que reduz o tempo disponível para atividades de lazer e de cuidado em saúde, entre outras. A alta prevalência dessa condição entre professores indica risco potencial para a categoria.