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DESIGUALDADES TERRITORIAIS NA DISPONIBILIDADE DE ALIMENTOS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO.

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Objetivo. O estudo descreve o ambiente alimentar no município do Rio de Janeiro, identificando as desigualdades na disponibilidade de alimentos. Métodos. Foram coletados e georreferenciados os endereços das feiras e dos estabelecimentos que comercializam alimentos e refeições, licenciados e cadastrados, no Sistema de Informação da Vigilância Sanitária (VISAN) do município até 2013. Os estabelecimentos foram classificados em três grupos: G1) que comercializam, principalmente, alimentos saudáveis (ex: feiras); G2) que comercializam alimentos saudáveis e não saudáveis (ex: supermercados e restaurantes); G3) que comercializam, principalmente, alimentos não saudáveis (ex: fast foods). Os seguintes indicadores, segundo os grupos, foram construídos para avaliar o ambiente alimentar das 33 regiões administrativas (RA) do município: 1) proporção de estabelecimentos; 2) densidade de estabelecimentos. O ambiente alimentar foi caracterizado pela construção de mapas com a localização dos estabelecimentos para os diferentes grupos e pela apresentação de mapas com os indicadores considerando a renda média per capita das RA. Resultados. Observou-se maior proporção de estabelecimentos G2 (mín: 53%; máx: 88%; média: 72%), seguidos de G3 (mín: 1%; máx: 30%, média: 20%) e G1 (mín: 0; máx: 42%; média: 8%). Observamos desigualdade na disponibilidade de alimentos saudáveis, RA com melhores indicadores de renda foram também as que apresentaram maior densidade de estabelecimentos G1 e G2. Conclusão. A baixa disponibilidade de estabelecimentos que comercializam alimentos saudáveis aponta para a predominância de um ambiente obesogêncio no município, especialmente em regiões mais pobres, apontando para a necessidade de políticas públicas de abastecimento que garantam a segurança alimentar e nutricional da população.