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COINFECÇÃO TB-HIV: PERFIL E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CASOS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

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Objetivos: descrever as características e analisar o padrão de distribuição espacial dos casos de tuberculose (TB) coinfectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) no Município de São Paulo. Métodos: Estudo ecológico com dados do Sistema de Notificação e Acompanhamento dos Casos de Tuberculose. Foram incluídos todos os casos de TB coinfectados por HIV com residência no Município de São Paulo e notificados em 2015. As características sociodemográficas e clínico-epidemiológicas dos casos foram descritas, e os indivíduos com residência fixa foram geocodificados. As taxas de incidência bruta e suavizada foram calculadas para cada distrito administrativo, com os respectivos valores do Índice de Moran Global. Mapas coropléticos apresentaram padrões espaciais da coinfecção. Resultados: Dentre os 1061 casos, 80,7% viviam em residência fixa, 14,1% em situação de rua, e 5,2% em privação de liberdade. Na análise descritiva, destacaram-se: sexo masculino (72,1%), raça/cor preta ou parda (46,1%), idade entre 30 a 49 anos (63,2%), casos novos (65,8%), e forma clínica pulmonar (64,8%). Quanto ao encerramento do tratamento, 40,4% curaram, 20,5% abandonaram e 18,9% foram a óbito. A média da taxa de incidência bruta foi de 8,06 casos por 100.000 habitantes, e o Índice de Moran Global indicou autocorrelação espacial significativa para as taxas de incidência. Os mapas revelaram maior concentração de casos nas áreas centrais do Município. Conclusão: A coinfecção TB-HIV apresentou dependência espacial no Município de São Paulo, e o conhecimento gerado pode contribuir para a compreensão da dinâmica do agravo, subsidiando assim a formulação de políticas públicas para o seu controle.