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USO PRECOCE DE ÁLCOOL POR ADOLESCENTES: ANÁLISE DE SOBREVIDA DOS FATORES ASSOCIADOS

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Objetivos: Avaliar as características sociodemográficas, nutricionais e de estilo de vida associadas com o início precoce do consumo de álcool. Métodos: Os dados fazem parte do inquérito multicêntrico nacional ERICA (Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes). Foram avaliados adolescentes de 12 a 17 anos de idade de 1247 escolas públicas e privadas de 124 municípios brasileiros com mais de 100.000 habitantes. A variável de interesse foi a idade de início do consumo de álcool. As covariáveis compreenderam: características sociodemográficas, hábitos de vida e parâmetros nutricionais. Análises de sobrevida, ajustadas para sexo e classe econômica, foram realizadas para investigar a associação dessas variáveis com a precocidade no consumo de bebidas alcoólicas. Resultados: Adolescentes do sexo masculino relataram ser mais fisicamente ativos (62,4% vs. 29,6%), apresentaram maior frequência de baixo peso (3,3% vs. 2,0%) ou obesidade (9,4% vs. 7,8%), enquanto as do sexo feminino apresentaram maior frequência de Transtornos Mentais Comuns (TMC) (38,4% vs. 21,2%). Os adolescentes que fumavam [Hazard Ratio (HR)=2,3; IC95% = 1,87–2,94], com TMC (HR=1,4; IC95% = 1,31–1,54) ou que residiam na região Sul do Brasil (HR=1,6; IC95% = 1,43–1,89) experimentaram álcool mais cedo. Além disso, atividade física (HR=1,3; IC95% = 1,2–1,5) e sobrepeso (HR=1,4; IC95% = 1,1–1,7) foram positivamente associados com o uso mais precoce de bebidas alcoólicas. Conclusão: Nossos achados mostram que a idade de início de uso de álcool não é homogênea entre adolescentes, o que deve ser considerado nas políticas públicas e campanhas governamentais direcionadas para redução do seu consumo.