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Objetivos: mensurar a tendência temporal da ocorrência de multimorbidade em adultos e idosos da cidade de São Paulo. Métodos: Estudos transversais (2003, 2008 e 2015) da pesquisa intitulada Inquéritos de Saúde no Município de São Paulo (ISA-Capital). Foram avaliadas 10 doenças crônicas (incluindo problemas cardiovasculares, metabólicos, musculoesqueléticos, respiratórios e transtornos mentais). A multimorbidade foi operacionalizada pela soma das doenças e categorizada segundo dois pontos de corte: ≥2 e ≥3. A análise de tendência foi realizada através de regressão de Poisson utilizando o ano do estudo como exposição principal com ajuste para sexo, idade, cor da pele, escolaridade e plano privado de saúde. Realizou-se análise estratificada por sexo e grupo etário (adultos: 18 a 59; idosos: ≥60). Tendência com valor-p<0,05 foi considerada estatisticamente significativa. Resultados No total, a amostra compreende 7.229 indivíduos. Nos anos de 2003 e 2015, respectivamente, as prevalências de multimorbidade foram 19,0% (IC95%: 16,5; 21,5) e 22,1% (IC95%: 20,3; 23,9) para ≥2, e 7,5% (IC95%: 6,0; 9,1) e 10,1% (IC95%: 8,9; 11,3) para ≥3. Na análise ajustada, observou-se aumento na ocorrência de ≥3 doenças (p=0,014). Nas análises estratificadas, maior ocorrência de multimorbidade (≥3) foi observada para mulheres (em 2008, p=0,019, e 2015, p=0,045, versus 2003). Nos homens, esse padrão foi observado para ≥2. Entre idosos, a prevalência de multimorbidade foi maior em 2008 e 2015 comparado a 2003, independentemente da operacionalização do desfecho. Conclusões: Evidenciou-se aumento da multimorbidade no período entre os idosos, as mulheres (≥3 morbidades) e os homens (≥2 morbidades).