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PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS AO TABAGISMO NA ZONA RURAL DE PELOTAS, RS

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Objetivo: estimar a prevalência de tabagismo e fatores associados entre moradores da zona rural de Pelotas. Métodos: estudo transversal de base populacional com 1.519 indivíduos, em 2016. Foram aleatoriamente selecionados 24 dos 50 setores censitários que compõem os oito distritos rurais do município. Indivíduos com pelo menos 18 anos de idade residentes nos domicílios aleatoriamente selecionados eram elegíveis. Foram considerados tabagistas aqueles que fumavam um ou mais cigarros por dia há pelo menos um mês ou que haviam parado de fumar há menos de um mês. Variáveis independentes incluíram características socioeconômicas, demográficas, comportamentais e de saúde. Foi realizada regressão de Poisson para cálculo das razões de prevalências ajustadas (RP) e intervalos confiança (IC) 95%. Resultados: a prevalência de tabagismo foi 16,6% (IC95%13,6-20,0%), sendo maior nos homens (RP: 1,99; IC95%1,44-2,74), nas classes econômicas D/E, comparadas às classes A/B (RP: 2,23; IC95%1,37-3,62), naqueles que consideraram sua saúde ruim/muito ruim, comparados aos que a consideraram muito boa/boa (RP: 2,01; IC95%1,34-3,02), entre indivíduos com 30-59 anos de idade (comparados aos com <30 anos), com 5-8 anos de escolaridade (comparados aos com ≥ 9 anos) e com rastreio positivo para transtorno relacionado ao consumo de álcool. Menores prevalências de tabagismo foram observadas naqueles com sobrepeso e obesidade, em comparação aos eutróficos. Conclusões: um em cada seis adultos da zona rural de Pelotas é tabagista. Os achados evidenciam a existência de desigualdades sociais relacionadas ao vício tabágico. Ações de prevenção e controle do tabagismo devem seguir sendo estimuladas, com atenção especial aos subgrupos mais vulneráveis.