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O EFEITO DO NÍVEL SOCIOECONÔMICO SOBRE AS DESIGUALDADES DE GÊNERO NA SAÚDE MENTAL AOS 30 ANOS NA COORTE DE PELOTAS DE 1982

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Objetivo: Identificar como o nível socioeconômico afeta as desigualdades nas prevalências de transtornos mentais comuns (TMC), depressão maior (DM) e transtorno de ansiedade geral (TAG) entre homens e mulheres. Métodos: Em 1982, os nascidos vivos na cidade de Pelotas (Sul do Brasil), foram identificados e suas mães entrevistadas. Em 2012-13, aos 30 anos, os participantes responderam o Mini-International Neuropsychiatric Interview, para o diagnóstico de DM e TAG, e o Self-reported questionnaire para TMC. Dados sobre escolaridade, renda individual mensal e índice de bens foram coletados. Empregou-se modelos de regressão de Poisson, com ajuste da variância robusta, calculando razões de prevalência (RP) e avaliando interação. Resultados: Independentemente da renda e escolaridade da mãe e da renda e índice de bens, aos 30 anos, o risco de TMC em mulheres com zero anos de escolaridade foi 1,69 vezes maior do que nos homens (RP=1,69 IC95%(1,23-2,32)), porém, por cada ano a mais de escolaridade esse risco diminuiu em 3,1% (p=0,048). No estrato com 12 ou mais anos de estudo o risco nas mulheres, comparado aos homens, foi 26% menor, entretanto, o IC95% inclui a unidade (RP=0,84 IC95%(0,66-1,08)). Comparado aos homens, mulheres sem renda individual tinham um risco 3,68 vezes maior de DM (RP=3,68 IC95%(2,61-5,20)) e 3,04 vezes maior de TAG (RP=3,04 IC95%(2,32-3,99)), porém, a cada 100 Reais a mais ganhos na renda, esses riscos diminuem em 2,3% (p=0,022) e 1,2% (p=0,035), respectivamente. Conclusão: Desigualdades de gênero na saúde mental diminuem na medida que aumenta a escolaridade e a renda.