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MORTALIDADE E O DECLÍNIO DA MOBILIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

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Objetivo: Analisar a associação entre a mortalidade e o declínio da velocidade da marcha em idosos do Município de São Paulo controlando-se por características individuais e do bairro de residência. Métodos: Foram utilizados os dados do Estudo SABE, cuja amostra de idosos (≥60anos) é representativa para o Município de São Paulo. Foram incluídos os indivíduos entrevistados em 2006 e 2010 (n=918). A variável dependente foi a ocorrência de óbito entre 2010 e 2016, identificada por meio de linkage probabilístico dos dados do Sistema de Informação de Mortalidade do Município de São Paulo. A variável independente de interesse foi o declínio da velocidade da marcha entre 2006 e 2010, categorizada em “nenhum declínio” (referência), “declínio até 0,2m/seg” e “declínio ≥0,2m/seg”. Foram ajustados modelos de regressão logística multinível, controlados por variáveis socioeconômicas, demográficas, de saúde e características do bairro de residência. Resultados: O declínio da velocidade da marcha apresentou uma associação positiva com a chance de óbito, mesmo após ajuste (OR=2,40, IC95%=1,18;4,90 para perda de até 0,2m/s e OR=2,38; IC 95%=1,32;4,29 para perda ≥0,2m/s). Residentes em áreas com média violência tiveram maior chance de óbito (OR=1,82, IC95%=1,08;3,07). Ter declínio ≥0,2m/s e residir em áreas menos verdes simultaneamente apresentou associação positiva com a chance de óbito (OR=3,06, IC95%=1.03;9,06). Conclusões: O declínio da velocidade da marcha pode ser considerado um importante preditor para a mortalidade. Além disso, características do local de residência, como a violência e a presença de áreas verdes públicas parecem influenciar nessa relação.