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Objetivo:O objetivo do estudo foi avaliar o efeito de morar na zona rural em desfechos orais em uma população idosa brasileira. Métodos:A amostra foi composta por dois inquéritos de base populacional realizados na cidade de Pelotas-RS, a partir de um consórcio de pesquisa. O primeiro inquérito avaliou aspectos de saúde de idosos da zona urbana e o segundo a saúde da população rural total. Para a construção desse estudo foram incluídos somente os indivíduos participantes acima de 60 anos de ambos os estudos. Ambos os estudos foram representativos da população. Os desfechos orais considerados foram a auto-percepção da necessidade de prótese dentária, o uso de prótese dentária, a auto-percepção de saúde oral, o número de dentes, edentulismo, perda dental severa e presença de dentição funcional. Resultados:A análise estatística foi realizada por modelos de regressão múltipla ajustados que demonstraram que viver na zona rural impactou diretamente na saúde oral dos idosos. Indivíduos morando na zona rural tiveram pior auto-percepção de saúde oral e menor necessidade de uso de prótese e tiveram a última consulta ao dentista num maior período de tempo. Quanto ao número de dentes, morar na zona rural favoreceu a perda dentária severa (RP=1.28 IC95% 1.03-1.59). Conclusões:Este estudo demonstrou que mesmo considerando características biológicas, comportamentais e sociodemográficas, viver na zona rural impacta na saúde oral dos idosos, indicando assim a necessidade de maior atenção da saúde oral nessa população.