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FALTA DE ACESSO E TRAJETÓRIA DE UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE EM IDOSOS BRASILEIROS

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Objetivo: avaliar o acesso aos serviços de saúde em idosos brasileiros por meio da mensuração da falta de acesso e da descrição da trajetória do uso, segundo a natureza pública ou privada do financiamento. Métodos: Estudo transversal de base populacional com 6.624 idosos com 60 anos e mais, residentes em áreas urbanas de 100 municípios de 23 estados brasileiros. Investigou-se a falta de acesso e trajetória até a efetivação do uso de serviços de internação e de emergência (nos últimos 12 meses) e consulta médica (nos últimos três meses). As variáveis foram analisadas de acordo com a natureza do financiamento para acessar o serviço (SUS, convênio e desembolso direto). A análise foi realizada por meio da prevalência e intervalos de confiança. Resultados: A prevalência de falta de acesso alcançou 2,5% nos serviços de internação, 2,1% em pronto-socorro, e 0,6% no atendimento médico. O SUS foi responsável pela maioria dos atendimentos. Aspectos positivos do SUS em relação ao privado foram o maior número de atendimentos médicos realizados na cidade de residência e menor frequência de dinheiro gasto em deslocamento até o local de atendimento. O privado se destacou pela baixa frequência de tempo de espera mais longo e maior frequência de encaminhamentos para revisão após internação. Conclusões: Os achados reforçam a importância do SUS no Brasil na promoção da equidade e universalidade apesar das deficiências ainda existentes. Tanto no sistema público quanto no privado faz-se necessária maior articulação dos níveis de atenção na perspectiva da integralidade no cuidado à pessoa idosa.